Venda de smartphones deve aumentar

Após apresentar baixos índices de crescimento nos últimos três anos, novo estudo global da Accenture aponta que as vendas de smartphones devem retomar taxas mais significativas em 2017, motivadas por melhor segurança, novas funções, desempenho aprimorado e programas de atualização de dispositivos. A pesquisa realizada no fim de 2016, com 26 mil consumidores em 26 países, revela que a demanda do consumidor por tipos específicos de dispositivos conectados, como smartwatches e monitores fitness, permanecerá lenta este ano devido aos preços elevados e às preocupações persistentes sobre a segurança e a privacidade dos seus dados pessoais. 
O estudo também mostra que os consumidores estão cada vez mais adotando recursos de inteligência artificial, como assistentes de voz.
 
Ressurgimento do mercado de smartphones 
Mais da metade (54%) dos consumidores entrevistados dizem que pretendem comprar um smartphone este ano, contra 48% da pesquisa anterior. Os chineses são os principais responsáveis por esta retomada: 74% dizem ter intenção de adquirir um aparelho em 2017, comparados a 61%, do ano anterior. O número de entrevistados na Índia e nos Estados Unidos também aumentou em dois dígitos: para 79% na Índia (eram 68%) e para 52% nos Estados Unidos (eram 38%).
 
Entre todos os consumidores entrevistados, o principal direcionador da intenção de compra é a capacidade de acessar os mais modernos e inovadores recursos e funções, citada por 51% dos entrevistados na pesquisa deste ano, em comparação a apenas 41% no estudo anterior. Outra razão pela qual eles estão optando por adquirir novos smartphones é o desempenho insuficiente dos dispositivos que possuem, motivo citado por 45% dos clientes em 2016 – contra 33% em 2015.
 
“Características melhoradas e a queda dos preços são as principais razões pelas quais os consumidores ao redor do mundo estão sinalizando o desejo de comprar novos smartphones”, diz David Sovie, líder global de Eletronics e High-Tech da Accenture. “A crescente aceitação de serviços alimentados pela inteligência artificial, tais como assistentes de voz, também está colaborando com esta retomada do mercado. Este ano será o período no qual a inteligência artificial será uma tendência dominante em dispositivos de consumo”.
 
Forte interesse nos dispositivos e serviços potencializados pela inteligência artificial
Pela primeira vez, a pesquisa anual sondou os consumidores sobre suas intenções de comprar assistentes habilitados para voz, como o Amazon Echo e o Google Home. Alavancados por inteligência artificial, os produtos reconhecem os comandos de voz do ser humano, como “Acenda a luz” e “Toque a música” e responde a perguntas como “Que horas são?” e “Qual é a temperatura lá fora?”, enquanto apenas 4% dos entrevistados possuem tal dispositivo hoje, 65% dos proprietários usam seus dispositivos regularmente, demonstrando uma forte aceitação a esta nova tecnologia.
 
Assistentes de voz em smartphones estão também se tornando cada vez mais populares, de forma que a tecnologia de inteligência artificial para esses serviços melhorou dramaticamente. Os consumidores mais jovens estão liderando a adoção, com 84% dos jovens entre 14 e 17 anos dizendo que já utilizam esta tecnologia hoje ou estão interessados em fazê-lo.
 
Os consumidores estão também dispostos a abraçar um vasto leque de potenciais serviços personalizados potencializados pela I.A., com 60% dizendo que estão interessados em assistentes pessoais à saúde, assistentes de viagem inteligentes (59%) e conselheiros de entretenimento (51%).
 
Preocupação com dados pessoais é difundida
 Muitos consumidores permanecem apreensivos quanto à segurança de seus dados pessoais, muitos dos quais estão alojados em seus smartphones ou na nuvem. Quase nove em cada 10 entrevistados (87%) dizem ficar preocupados com a segurança das transações financeiras, tais como compras on-line. Da mesma forma, 89% ficam também apreensivos que empresas ou sistemas que eles não tenham aprovado possam ter acesso às suas informações financeiras.
 
A notícia encorajadora para fabricantes de smartphones é que os consumidores confiam nos fabricantes de dispositivos para manejo de seus dados pessoais mais do que em provedores de telecomunicações, bancos e serviços de busca. Mais de um terço (37%) disseram confiar em fabricantes de dispositivos, contra 31% no ano anterior. Por outro lado, 36% confiam seus dados às operadoras de telecomunicações – uma queda de 42% em relação à pesquisa anterior – e apenas 13% confiam nos provedores de serviço de busca (valor abaixo dos 23% anteriores).
 
Demanda por dispositivos conectados estanca
Embora a intenção de compra de smartphones esteja em uma trajetória de crescimento, o mesmo não parece verdadeiro para outros dispositivos conectados. Apenas 14% planejam comprar um wearable fitness e um smartwatch em 2017, percentual praticamente inalterado desde o ano passado, quando estava em 13%.
 
“A ‘insegurança das coisas´ é um grande desafio da indústria,” acrescentou Sovie. “Existem preocupações generalizadas dos consumidores quanto à privacidade de seus dados pessoais serem roubados ou comprometidos. E em relação ao valor entregue, os preços destes dispositivos conectados continuam muito altos. A dinâmica de mercado para esses dispositivos irá parar ao menos que a indústria consiga superar esses obstáculos. Se isso acontecer, a demanda poderá acelerar rapidamente.”
 
As conclusões da pesquisa fornecem evidências de que este movimento possa acontecer para dispositivos conectados. Prova disso é que 46% dos entrevistados têm intenção de comprar uma câmera de vigilância para casa conectada dentro dos próximos cinco anos. E apenas 10% planejam fazê-lo neste ano. Além disso, 44% pretendem comprar um monitor fitness wearable nos próximos cinco anos; 12% irão fazê-lo nos próximos 12 meses. Além disso, 42% desejam adquirir um termostato doméstico inteligente nos próximos 5 anos, em comparação com apenas 8% que afirmaram que o fariam ainda em 2016.

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