Vendas no setor crescem mais de 5%

A Ebit apresentou os resultados do 34º WebShoppers, seu relatório sobre e-commerce no Brasil. Nesta edição, o estudo informa que no primeiro semestre de 2016 as vendas pela Internet alcançaram um faturamento de R$ 19,6 bilhões. O que representa um crescimento nominal de 5,2% na comparação com o mesmo período no ano passado. Muitas são as razões que proporcionaram esse aumento no volume financeiro e entre eles estão: aumento de 7% no valor do tíquete médio, ficando em R$ 403,46, crescimento puxado pela alta de preços registrada pelo Índice FIPE/Buscapé; maior participação das classes AB; manutenção das vendas de categorias de produtos de maior valor, como “Eletrodomésticos” e “Telefonia/Celulares”.
Ainda pode-se acrescentar a esse resultado outros motivos que colaboraram. Como o aumento de 31% em consumidores virtuais ativos – aqueles que realizaram pelo menos uma compra no período. Número que chegou a 23,1 milhões. E o forte crescimento das vendas via dispositivos móveis, que tiveram 18,8% em participação média no semestre e, em junho, representaram 23%. “Todos esses fatores somados tiveram influência para que o faturamento registrasse um índice positivo, mesmo com um cenário de retração do varejo como um todo no atual momento do País. Mas as vantagens que a compra online oferece também é motivo de atração aos consumidores que desejam fazer uma compra mais qualificada pagando menos”, avalia o CEO da Ebit, Pedro Guasti
Queda de pedidos, mas aumento na renda
No entanto, com o aumento do desemprego e enfraquecimento das compras feitas pela classe C, houve queda de 2% no volume de pedidos na comparação com o ano anterior. No total, foram contabilizados 48,5 milhões de encomendas virtuais. Por outro lado, a renda média familiar dos consumidores online aumentou em 11%, alcançando R$ 5.174.
Neste semestre verificou-se, também, uma mudança no comportamento dos consumidores em relação à preferência dos produtos adquiridos. A categoria “Livros, Assinaturas e Apostilas” (14%) assumiu a liderança em volume de pedidos. Seguida por “Eletrodomésticos” (13%), “Moda e Acessórios” (12%), que estava à frente desde a primeira metade de 2013. “Cosméticos e Perfumaria /Cuidados Pessoais/Saúde” (12%) e “Telefonia/Celulares” (9%) vêm em seguida.
“Apesar de um começo de ano com menor ritmo nas vendas, a Ebit registrou uma melhora na confiança do consumidor, o que garantiu uma retomada das transações nos últimos meses. A expectativa é de que o crescimento do e-commerce seja maior no segundo semestre potencializado, principalmente, pela Black Friday e Natal”, comenta o COO da Ebit, André Dias.
A estimativa é que as vendas até o final do ano se mantém de acordo com o previsto pela Ebit no começo de 2016. O faturamento deverá totalizar R$ 44,6 bilhões, um crescimento nominal de 8% ante 2015. O número de pedidos poderá chegar a 106,5 milhões, próximo ao apresentado no ano passado.
Ciclo de compra na Internet
Em uma pesquisa especial da empresa, realizada com 7.809 consumidores, entre 3 de junho e 11 de julho de 2016, sobre o ciclo de compra na Internet, uma pergunta abordava quais produtos foram comprados no varejo eletrônico nos últimos três meses. Celular/smartphone foi o campeão, com 26% da preferência. Depois foi Moda Feminina/Acessórios (19%), Moda Masculina/Acessórios (15%), Perfume (12%) e Esporte e Lazer (11%). E analisando o item líder em vendas, verificou-se que em média as pessoas demoram 16 dias para tomar a decisão de adquirir um celular/smartphone. Dos consumidores que procuram este produto, 37% já buscam informações apenas na Internet antes de fazer a compra e apenas 3% não pesquisaram em nenhum canal.
“Cada vez mais estamos vendo uma migração do consumo do varejo físico para o virtual. Isso porque as compras online podem ser mais planejadas, pois possibilitam que o consumidor compare mais facilmente produtos e preços em diversas lojas, antes de fechar seu pedido. E isso lhe garante mais economia e satisfação”, assinala Guasti.
Questionados sobre os fatores de indução de compra, ainda no caso dos celulares, 57% indicaram preço. Em seguida surgiram qualidade (50%) e frete grátis (23%) como os que mais levam em consideração no momento de decisão. Em relação ao NPS, indicador que mede a satisfação e fidelização do cliente, pôde-se perceber uma evolução gradativa nos últimos meses. Uma das causas foi a queda no volume de atraso na entrega, de 8,6% para 7,7% dos pedidos. Se em dezembro do ano passado o índice sofreu uma queda, logo houve uma retomada, saindo de 59,7% naquele mês, alcançando 61,6% em março e chegando a 64,4%, em junho deste ano.
Pesquisa com FecomercioSP
O Estado de São Paulo é o que tem maior faturamento no comércio eletrônico no Brasil. E no primeiro trimestre de 2016 atingiu R$ 3,6 bilhões, segundo pesquisa da FecomercioSP em parceria com a Ebit para o relatório WebShoppers. A quantia representa, porém, uma queda real de 7,4% na comparação com os R$ 3,9 bilhões registrados no mesmo período de 2015. A região Sudeste é também a mais forte em participação nas vendas, detendo no primeiro semestre 64,5% do todo.
Apesar da retração no início do ano, a perspectiva pelas entidades é de melhora nas vendas do varejo geral no segundo semestre, com a retomada dos investimentos e reaquecimento da economia e, por consequência, maior confiança também do consumidor. Datas como Black Friday e Natal também deverão colaborar com um melhor desempenho do setor, fazendo com que 2016 termine melhor do que começou.

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