Zero UI, a era da multiexperiência

Autor: Ricardo Recchi
Estamos em um mundo em transição. A maneira como as pessoas interagem nas diversas esferas sociais está caminhando para uma experiência multifacetada ou multidimensional. É a era da multiexperiência, na qual a Inteligência Artificial nos ajudará a tomar decisões e automatizar processos.
Quando falamos em multiexperiência, falamos sobre o Zero UI (Interface Invisible). Um caso chave em Zero UI é o da Amazon GO, uma loja física de conveniência localizada em Seatle, nos Estados Unidos, que tem como principal característica a ausência de atendentes e caixas para dar maior privacidade às compras.
Para comprar lá, os únicos requisitos são baixar o aplicativo da loja e ter uma conta na Amazon, Com isso, o cliente entra, pega os produtos que vai comprar e sai. A experiência de compra parece não ter interfaces, mas tudo acontece de maneira invisível. Por meio do aplicativo, a Amazon reconhece o perfil de quem entrou na loja e, por meio de sensores nos itens, o sistema sabe o que está sendo carregado e, portanto, a cobrança é automática no cartão de crédito do cliente.
O caso da Amazon nos leva a um panorama claro: as experiências não são mais trocadas apenas por telefones celulares, tablets e computadores, mas sim por vários dispositivos com múltiplas vias de acesso. Além disso, o mundo dos usuários nos mostra que os sistemas passam, agora, de centrados na empresa para serem centralizados nos usuários.
Para acompanhar esta demanda, as empresas de tecnologia estão trabalhando nesta transição da construção de uma experiência única para múltiplas experiências. O problema é que muitas dessas empresas ainda estão discutindo se o ponto de partida deve ser a criação das soluções em web, web mobile ou mobile nativo. Porém, a discussão não faz sentido se uma ferramenta multiplataforma for adotada, pois ela permitirá criar tudo de uma só vez e com esforço razoável, além de coerência no design, ou seja, é um grande facilitador.
A multiplicidade de acessos nos levou à necessidade de coerência no design e, consequentemente, ao Design Systems, um conjunto de princípios, padrões e práticas para que as soluções da empresa tenham coerência a ponto de refletirem os seus princípios e, ou, do ecossistema. As grandes empresas, como Airbnb, Google e SAP, tornaram público seu Design System para que todos que criam soluções para os seus ecossistemas e usuários, sigam suas diretrizes de design e, assim, ofereçam uma experiência coerente.
A questão que permanece em aberto é como nós passamos por essa transformação digital e em quais ferramentas de desenvolvimento rápido de aplicativos devemos nos apoiar? O valor deve estar em uma solução completa, com desenvolvimento de aplicativos rápido e ágil, no qual cada componente é integrado com os demais e, assim, é possível fazer parte de algo maior.
Por exemplo, não podemos pensar em um chatbot de forma isolada porque ele assume valor quando há inteligência artificial por trás dele, ou seja, é integrado aos processos da empresa e começa a executar tarefas para o usuário. Essa é apenas uma amostra de algumas das vantagens do desenvolvimento de software assistido por AI, cuja construção pode ser baseada no conhecimento, na manutenção automática e no desenvolvimento multiplataforma para um mundo de transição.
Ricardo Recchi é country manager da Genexus no Brasil.

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