Pensar em qualidade, confiabilidade e respeito à cadeia produtiva do audiovisual é um passo importante para uma experiência ainda mais completa e satisfatória
Autor: Chico Vargas
Há muito tempo que assistir televisão era um verdadeiro ritual doméstico. Um aparelho volumoso ocupava lugar de destaque na sala, exigia antena, múltiplos cabos e um aparelho decodificador para funcionar. Além das exigências técnicas, a experiência estava atrelada a horários fixos, delimitado pela grade de programação por parte das emissoras. Hoje, esse cenário evoluiu consideravelmente. Com a evolução tecnológica e a ascensão dos serviços de streaming, a TV deixou de ser sinônimo de sofá e horário nobre, passando, inclusive, a caber no bolso e acompanhar o ritmo da vida moderna, seja em um celular durante o deslocamento, seja no notebook entre tarefas do dia a dia.
Essa transformação no consumo de conteúdo audiovisual reflete algo maior. Com aparelhos e plataformas inteligentes e conectados, abre-se espaço para uma nova forma de interação com o que antes era apenas uma “tela”. A TV não é mais uma mera caixa de imagens, pois vem se consolidando como uma plataforma de múltiplas possibilidades, convidando o espectador a adotar uma postura mais curiosa, informada e aberta às inovações.
Diante dessa nova realidade, em que a personalização e a experiência do usuário ganham protagonismo, torna-se cada vez mais relevante desenvolver familiaridade com diferentes interfaces, ter interesse por novas formas de consumo e adotar critérios mais conscientes na hora de escolher onde e como assistir. Mais do que nunca, passa-se a valer a pena valorizar o que os serviços oficiais oferecem: segurança digital, qualidade de som e imagem, estabilidade, suporte técnico, recomendações inteligentes, controle parental, entre outros recursos.
É também nesse momento que vale refletir com mais profundidade sobre o papel da pirataria. Embora possam parecer vantajosas em um primeiro momento, os riscos associados a dispositivos e aplicativos ilegais não devem ser ignorados. Sistemas inseguros expõem dados pessoais, e a experiência pode ser comprometida por falhas recorrentes, baixa resolução e ausência de suporte.
Felizmente, o mercado hoje apresenta opções legais cada vez mais acessíveis e variadas. O custo não precisa ser o único fator determinante na hora de escolher como assistir TV. Pensar em qualidade, confiabilidade e respeito à cadeia produtiva do audiovisual é um passo importante para uma experiência ainda mais completa e satisfatória.
Claro, essa é uma construção coletiva. Plataformas, operadoras, produtores de conteúdo e órgãos como Anatel, Ecad e a Associação Brasileira de TVs por Assinatura têm papéis fundamentais na construção de um ecossistema mais justo e sustentável. Cabe a eles garantir um mercado equilibrado, coibir práticas irregulares e promover condições justas para todos.
Afinal, quando todos jogam dentro das regras, todo o ecossistema sai ganhando. Ainda que mudar hábitos não seja simples, o momento atual é uma excelente oportunidade para iniciar o cultivo de uma nova mentalidade. Uma TV mais moderna, conectada e versátil pede um público igualmente informado e consciente, que valorize a experiência e ajude a construir um ambiente mais justo e inovador.
Chico Vargas é country coordinator da Zapping.