O mercado de crédito está muito disseminado, seja por diferentes classes e regiões. E como hoje, praticamente, toda população que dispõe de renda utiliza alguma modalidade de financiamento, se torna difícil definir o perfil desse consumidor tomador de crédito, segundo Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, ACSP. “O que se pode dizer é que tem aumentado significativamente o número de pessoas que passaram a ter acesso a alguma forma de financiamento, pois cerca de 40 milhões de consumidores entraram no mercado de consumo a partir de 2005 utilizando o crédito”, afirma o especialista, acrescentando que, no entanto, as perspectivas para os próximos meses é de crescimento menor, devido ao endividamento do consumidor e a probabilidade de elevação das taxas de juros.
Para o economista, um dos fatores que contribuem para o aumento da busca por crédito é a renda do consumidor. “O nível de renda da maior parte da população brasileira ainda é baixo, o que a obriga a recorrer ao crédito para adquirir bens de maior valor”, diz. Porém, Solimeo ressalta que o uso de crédito também é importante para a camada de maior poder aquisitivo, especialmente para a compra de veículos e imóveis.
Segundo Solimeo, o crédito imobiliário é o que tem crescido mais no Brasil. “Em parte pelos programas de estímulos a casa própria, mas também em função dos prazos mais longos de financiamento permitidos pela redução dos juros e maior estabilidade da economia”, explica. Outras modalidades que têm crescido são a do crédito consignado, segundo ele, pela taxa de juros mais baixa do que as demais linhas, e financiamento de veículos, incentivados pela redução de impostos. “Esse crescimento deve-se à combinação de diversos fatores, como o aumento do emprego e da renda, dilatação dos prazos dos financiamentos e queda das taxas de juros, reduzindo o valor das prestações de outro”, conclui.