O consumidor brasileiro e as instituições financeiras que concedem crédito tiveram na última semana a confirmação do Cadastro Positivo com a publicação, no Diário Oficial da União, do decreto que o regulamenta. “Trata-se de uma evolução que traz grandes benefícios à sociedade brasileira”, afirma Dorival Dourado, presidente da Boa Vista Serviços, empresa de informações e dados sobre crédito. Ele lembra que haverá um importante salto de qualidade no mercado de crédito com a inclusão de mais dados sobre o histórico de pagamento dos consumidores. “Com mais informações sobre seu comportamento, o consumidor poderá ter acesso ampliado e em condições mais favoráveis aos empréstimos, enquanto as empresas que concedem crédito passam a ter mais ferramentas para medir o risco das operações”, pontua.
Dourado comenta que o consumidor – sobretudo o de menor renda que não tem acesso ao crédito – ganha condições de ingressar nesse mercado e como condutor de seu histórico, já que poderá acompanhar quem está utilizando suas informações (que podem ser por ele excluídas ou incluídas). “Além disso, deve-se lembrar que a legislação determina que a inclusão no cadastro só pode ser feita com autorização do consumidor. Já as concedentes têm a possibilidade de fazer propostas diferenciadas aos clientes, além de conhecê-los melhor com o acesso também a informações positivas. O mercado, assim, só tem a ganhar”, completa.
Para o presidente da Boa Vista, ainda há etapas a cumprir em relação à regulamentação do Cadastro Positivo, que será feita por órgãos do governo. Ele ressalta que é necessária especial atenção com a credibilidade do mercado – o comportamento das empresas que trabalharão com dados do Cadastro Positivo. “É preciso que essas empresas sejam comprovadamente idôneas, com atuação dentro de elevados padrões de governança, atendendo aos requisitos de confiabilidade e segurança”, afirma. “Também é preciso monitoramento quanto ao cumprimento da exigência de capital mínimo para as companhias que trabalharão com o Cadastro Positivo, para evitar que várias empresas de menor porte se juntem e façam uma ´soma´ que permita chegar ao nível exigido, apenas para atender à exigência”, reforça.