O total de recursos liberados pelos bancos de montadoras e instituições independentes para financiar a compra de veículos no primeiro quadrimestre deste ano somou R$ 29,2 bilhões, o que representa uma alta de 15,3% em doze meses. De acordo com os dados divulgados no boletim da Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, nos primeiros quatro meses de 2016 o montante destinado às operações de financiamento e leasing foi de R$ 25,3 bilhões.
No entanto, se for considerado apenas o volume de financiamento concedido em abril, o mercado de crédito para compra de veículos apresentou resultado negativo: foram concedidos R$ 6,7 bilhões, ante R$ 8,3 bilhões do mês anterior, o que representa uma queda de 19,6% na comparação com março. “O recuo foi reflexo da queda de vendas do mercado de carros. Parte disso se deve aos feriados. Em abril, tivemos 18 dias úteis contra 23 de março. Mas, em relação ao mesmo período do ano passado, o mercado de crédito registrou uma alta de 12,6%. Os indicadores econômicos, como a alta do PIB no primeiro trimestre e a redução da taxa Selic, dão sinais de recuperação econômica. Contudo, os próximos meses ainda serão de cautela, principalmente por conta da instabilidade política que vivemos hoje”, avalia o presidente da Anef, Gilson Carvalho.
Dos R$ 6,7 bilhões liberados pelo sistema financeiro, R$ 5,9 bilhões foram destinados às pessoas físicas (queda de 6,8% em relação a março e alta de 31% em doze meses) e os outros R$ 792 milhões para as pessoas jurídicas (recuo de 13,8% na comparação com o mês anterior e aumento de 16,8% em relação ao mesmo período de 2016).
No acumulado do ano, o montante liberado para as operações de financiamento foi de R$ 28,7 bilhões, aumento de 17% em doze meses. Para as pessoas físicas foram destinados R$ 25,7 bilhões e para as jurídicas, R$ 2,9 bilhões. Em doze meses, o volume de negócios para o primeiro grupo cresceu 17,2%, enquanto para o outro, 15,2%.
As operações de leasing apresentaram praticamente o mesmo desempenho registrado em março. Em abril, por exemplo, foram liberados R$ 152 milhões, o que representa uma pequena alta de 0,6% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, no entanto, o recuo foi de 21,6%. O maior volume, de R$ 128 milhões, foi destinado às pessoas jurídicas, alta de 6,7% no mês e de 0,7% em doze meses. As pessoas físicas responderam por R$ 24 milhões dos negócios, queda de 27,3% em relação a março e de 64,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
SALDO DAS CARTEIRAS
No quarto mês do ano, o saldo das carteiras também se manteve estável, atingindo os R$ 161,3 bilhões, volume 0,3% inferior na comparação com março. Em doze meses, o recuo foi maior, de 7,2%. Os financiamentos responderam R$ 157,3 bilhões, queda de 0,25% em relação ao mês anterior e de 6,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já os R$ 4 bilhões restantes correspondem às operações de leasing, que tiveram recuo de 2,4% na comparação com março e de 25,9% em dozes meses. O saldo de crédito para aquisição de veículos para pessoas físicas e jurídicas corresponde a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto). No mesmo período do ano passado, esse indicador era de 2,9%, recuo de 0,4 ponto percentual. O volume representa 5,2% do total do crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e 10,5% do total das operações de crédito – Recursos Livres.
INADIMPLÊNCIA
A taxa de inadimplência para as pessoas físicas, considerando as operações com atraso há mais de 90 dias, manteve-se em 4,5% em abril – mesmo índice de março e dos últimos doze meses. Já para as pessoas jurídicas, o índice foi de 4,3%, queda de 0,2 ponto percentual, na comparação com março, e de 1,2 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2016. Na carteira de leasing, o índice de atrasos foi de 3,6% tanto para pessoas físicas como jurídicas. Para o primeiro grupo, foi registrada queda de 0,1 ponto percentual na comparação com março e de 1,0 ponto percentual em doze meses. Já para o outro público, o índice foi o mesmo alcançado em março. Porém, em relação ao mesmo período do ano passado, houve recuo de 0,2 ponto percentual.