O crédito pode contribuir para o crescimento do PIB. Essa é a opinião de José Pereira da Silva, professor do departamento de contabilidade, finanças e controle da FGV-EAESP. “Há uma expectativa de crescimento do PIB da ordem de 7% e de que a inflação fique em 5%. O crédito contribuirá com o crescimento, porém não tenho expectativa de uma explosão de crédito. Os últimos dados do Bacen mostram que em julho deste ano, o crédito chegou a 45,9% do PIB. Porém, pelo que temos acompanhado, o BACEN vem monitorando seu crescimento e mantendo as taxas de juros em níveis altos para evitar um possível crescimento da inflação, provocada pelo aumento da demanda”, comenta.
A pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas atingiu, em agosto deste ano, o maior nível desde janeiro de 2006. Assim, a cada mil pagamentos realizados por esse tipo de empresa em agosto, 957 foram quitados à vista ou com atraso de no máximo sete dias, segundo dados da Serasa Experian.
De acordo com o professor, não é possível prever que esse cenário de queda da inadimplência permaneça. “A projeção da inadimplência não é um exercício fácil. Poderemos ter devedores adimplentes no momento, que se tornarão inadimplentes futuramente, dependendo do seu grau de endividamento. Os fatores políticos e econômicos serão determinantes. Para precaver essa alta dos índices de inadimplência, os bancos utilizam o spread, diferença entre as taxas que os bancos pagam ao captar dinheiro no mercado e o juro que cobram nos empréstimos. No Brasil, o spread é alto”.