Falta educação financeira ao idoso?



No Brasil, a parte da população que atualmente é idosa cresceu em uma época que não havia crédito no País. Por outro lado, as gerações atuais experimentam uma realidade diferente por viverem em uma época em que as ofertas de crédito se multiplicam e o acesso a internet facilita o processamento e a compreensão das informações. Nesse sentido, ao se analisar a questão da educação financeira da população, pode-se, na teoria, dizer que os mais jovens por estarem constantemente conectados a rede com a possibilidade de lerem materiais diversos sobre o mercado econômico, têm uma oportunidade maior de assimilar aquilo que lhe está sendo oferecido por uma financeira. Já para um idoso que, na maioria dos casos, não está muito familiarizado com o ambiente virtual e vem de um período histórico diferente da economia brasileira, essa tarefa se torna um pouco mais difícil. “Hoje, o jovem, lê uma revista, um blog, acessa a internet, tem várias informações. O idoso não tem acesso a isso. O raciocínio dele é de uma época que não existia crédito no Brasil”, analisa o economista da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida.  


A internet disponibiliza para pessoas de todas as classes e idades conteúdo sobre educação financeira, mas no caso específico da terceira idade, existe a necessidade de um trabalho mais específico, além do ambiente virtual, como ressalta o executivo. “Falta muito conhecimento para esse público em como mexer com crédito. Eu acho que a falta de informação, de notícia, específica para esse público torna o aprendizado mais difícil e numa idade onde as pessoas estão mais vulneráveis. Então, acabam sendo prejudicadas nessa relação com o crédito”, enfatiza.


Apesar dessa falta de informação, o economista aponta os idosos como um público que consome menos para si. Na maioria das vezes, seu consumo é voltado para desejos dos familiares, e, para isso, tende a optar pelo crédito consignado. “O aposentado, pensionista, não tem sonho de consumo, tem sonho de algumas viagens pequenas, parcela viagens pequenas, inclusive. Mas, a preocupação maior em termos de crédito fica voltada para a questão da família. Se olharmos as estatísticas do Banco Central, a busca por crédito consignado por parte de aposentados e pensionistas é grande”, evidencia.


Ainda na opinião do economista, a tendência é que o mercado de crédito para aposentados cresça gradativamente. No entanto, essa afirmação também traz um alerta e um desafio para a terceira idade. “Será preciso se interar no entendimento e controle desses valores. A população está ficando idosa. Hoje, o idoso é consumidor. Então, haverá mais crédito destinado a terceira idade, o que exigirá deles um desafio maior em termos de administrar-se aos recursos. Então, fica esse desafio”, finaliza Carlos Henrique.

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