A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) discorda quanto ao mecanismo que o governo federal pretende lançar mão para conter o ritmo inflacionário. Ou seja, impor limite ao parcelamento das compras de modo a restringir a liberdade do mercado. Segundo a entidade, o caminho mais correto está na utilização de instrumentos de política monetária como redução no volume de crédito e na taxa básica de juros.
A entidade reconhece a importância da preocupação do governo em administrar a demanda por produtos antes inacessíveis e que possam comprometer a longo prazo uma parcela significativa da renda de grande parte dos brasileiros. No entanto, pondera que as medidas devem levar em conta o ponto de equilíbrio da oferta de crédito e o contexto econômico: dólar, nível de endividamento, perspectivas de crescimento interno e mundial, geração de emprego e até mesmo a crise norte-americana.
“O provável pacote a ser anunciado pelo governo poderá provocar efeitos catastróficos, não apenas para o comércio, mas para este momento econômico favorável e tão esperado”, afirma o presidente da entidade, Abram Szajman. Isso porque, segundo a Fecomercio, o crédito é um combustível essencial para manter o consumo aquecido, uma vez que a renda é insuficiente para sustentá-lo. Assim, a manutenção do crédito é essencial para que o Produto Interno Bruto (PIB) continue a alcançar taxas de crescimento da ordem de 5% ao ano.