Inadimplência em alta

O número de consumidores com contas em atraso subiu nas quatro regiões brasileiras pesquisadas pelo indicador de inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O estudo não considera os dados da região Sudeste, que estão suspensos devido à entrada em vigor da Lei Estadual 16.569/2015, que dificulta a negativação de inadimplentes em São Paulo.

De acordo com a pesquisa, em novembro, frente ao mesmo mês do ano passado, a alta mais expressiva no número de inadimplentes foi na região Nordeste, onde foi verificado um aumento de 8,46%. Em seguida aparecem a região Sul (5,56%), Centro-Oeste (5,15%) e Norte (4,98%). Desde 2012 não se observava, nos meses de novembro, crescimentos anuais tão intensos na quantidade de brasileiros que passaram a atrasar suas contas.

A projeção dos especialistas do SPC Brasil é que, mesmo com bancos e comerciantes restringindo a concessão de crédito, a inadimplência deve continuar acelerando pelos próximos meses, em virtude das condições macroeconômicas do país e do aumento da massa de desempregados.

Na análise mensal, isto é, a comparação entre outubro e novembro, todas as regiões avaliadas apresentaram leve recuo na quantidade de consumidores inadimplentes. As variações negativas foram de 0,95% no Centro-Oeste, 0,66% no Norte, 0,12% no Sul e 0,05% no Nordeste.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a queda na comparação mensal está relacionada, em parte, à realização dos feirões de renegociação de dívidas, que ocorrem tradicionalmente neste período, e também ao pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas, que é feito entre o final de agosto e o início de setembro.

Na análise de dívidas não pagas por setor, nota-se que os débitos bancários, que englobam atrasos no cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e seguros, registraram crescimento acima da média nas quatro regiões pesquisadas quando se comparado com novembro do ano passado: alta de 12,43% no Nordeste, 10,10% no Norte, 10,04% no Sul e 9,46% no Centro-Oeste.

Na região Nordeste, o principal destaque foi a alta de 12,68% das contas atrasadas com o segmento de água e luz. As regiões Centro-Oeste (8,17%) e Sul (16,74%) também registraram altas expressivas no não pagamento desses serviços considerados básicos. Já na região Norte, os atrasos no pagamento de TV por assinatura, internet e telefone foram os mais significativos (13,37%).

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Inadimplência em alta

A quantidade de pessoas físicas com parcelamentos em atraso no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) no mês de outubro aumentou 3,95%, quando comparada a outubro do ano passado. Esta é a segunda menor variação apurada desde o início do ano, perdendo apenas para o mês de setembro de 2014, quando o número de pessoas inadimplentes subira 3,84% na base anual. O SPC estima que em outubro deste ano havia 55 milhões de CPFs negativados em serviços de proteção ao crédito de todo o país. Este número mostra um avanço em relação aos 54 milhões de consumidores verificados em setembro.
O avanço da inadimplência também foi sentido na comparação mensal: o número de CPFs negativados avançou 1,26% em outubro deste ano em relação a setembro. Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, apesar dos incentivos dados pelos birôs de proteção ao crédito nos últimos meses por conta dos feirões de renegociação de dívidas e pela procura ativa por parte dos credores para cobrar as dívidas, o indicador reflete a dificuldade dos consumidores em quitar os compromissos financeiros.
“A dificuldade de sair da inadimplência está relacionada ao atual cenário de enfraquecimento da atividade econômica brasileira, agravado pela inflação elevada, que corrói o salário dos trabalhadores, e pelos juros altos, que aumentam o valor das dívidas”, explica a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Por outro lado, a expectativa dos economistas para os próximos meses – a exemplo do que ocorreu nos anos anteriores – é de moderação deste cenário de aceleração da inadimplência por conta de uma injeção de dinheiro na economia e de campanhas de renegociação de dívidas promovidas pelos birôs de proteção ao crédito em todo o país. “O recebimento das parcelas do décimo terceiro salário, o aumento da oferta de empregos temporários por conta do Natal e principalmente os feirões de renegociação de dívidas devem estimular o consumidor a quitar as pendências em atraso para começar 2015 no azul”, afirma Kawauti.
O número de dívidas em atraso no mês de outubro (um consumidor pode ter uma ou mais dívidas) cresceu 3,93%, quando comparado a outubro do ano passado. Já na comparação mensal ― outubro deste ano ante setembro ―, o cenário se manteve praticamente estável: a quantidade de pendências sofreu um tímido aumento de 0,06%.
Com o forte aumento no número de devedores inadimplentes (+1,26%) e, no sentido oposto, a estabilidade no aumento do número de dívidas (+0,06%), a quantidade média de pendências por pessoa recuou entre setembro e outubro: de 2,113 para 2,088. “Por conta disso, o número médio de dívidas em outubro foi o menor desde maio deste ano, quando a média fora de 2,007”, afirma a economista.

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