Puxada pela restrição da oferta de crédito no país, a quantidade de dívidas das empresas brasileiras desacelerou no mês de janeiro e registrou o menor resultado desde 2011: uma alta anual de 3,49%. O dado é do indicador de inadimplência das empresas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Repetindo essa mesma tendência, a quantidade de companhias inadimplentes em janeiro deste ano também desacelerou e registrou alta de 5,89%, em relação a janeiro do ano passado, com a segunda menor alta dos últimos 12 meses. Em dezembro de 2014, a alta do indicador anual de empresas inadimplentes foi de 7,53%.
De acordo com os especialistas do SPC Brasil, a desaceleração da inadimplência nas companhias brasileiras reflete a freada na tomada de empréstimos na economia. “A isso se soma a dificuldade das empresas em pagar as dívidas em um momento onde a conjuntura econômica não está favorável. Esse contexto faz com que a inadimplência das pessoas jurídicas se mantenha em desaceleração, ainda que acima do que foi registrado no ano passado”, explica a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.
Dívidas em atraso
O número de dívidas em atraso cujos devedores são empresas apresentou, na passagem de dezembro para janeiro, o menor resultado desde o início da série histórica: queda de 2,11%. O indicador de inadimplência também revela altas expressivas no crescimento das dívidas mais novas e, ao mesmo tempo, das dívidas mais antigas: em janeiro deste ano em relação a janeiro do ano passado, as pendências com até 90 dias cresceram 10,53% e as com atrasos entre 91 a 180 dias cresceram 7,97%.
Os principais destaques da alta anual de 5,89% no número de empresas inadimplentes vieram das companhias com dívidas mais novas. A quantidade de empresas com pendências até 90 dias avançou 10,66%. Também é destaque o forte crescimento do número de empresas com dívidas entre 3 e 5 anos, que avançaram 10,01% em janeiro de 2015 na comparação com o mesmo mês de 2014.
Já a análise da abertura por segmento da economia mostra que todos os segmentos registraram altas anuais da inadimplência. De acordo com o indicador, foi registrada uma alta bastante expressiva do número de devedores ligados ao segmento de serviços, cuja variação foi de +9,18%. O segundo maior crescimento, por sua vez, foi apresentado pelas pessoas jurídicas pertencentes à indústria (+6,59%).