O cenário ainda é nebuloso

Esta semana, o especial do Portal Crédito e Cobrança apresenta uma coletânea de estatísticas do mercado. A alta da inadimplência, as retrações das concessões de crédito, os reflexos da crise externa no Brasil. São uma série de fatores que interferem nos planejamentos futuros e nas ações da empresas no País. Confira o que os especialistas recomendam e o que pensam sobre esses fatores. Após a leitura, deixe sua opinião participando da nossa enquete.
Com abrangência nacional, dados da Boa Vista Serviços indicam que a quantidade de novos registros de inadimplentes diminuiu 1,4% em junho na comparação com maio de 2012, variação desconsiderando os efeitos sazonais. Nos doze meses encerrados em junho houve avanço de 15,6%, comparado aos doze meses findos em junho de 2011. Por outro lado, comparado a junho de 2011, o indicador apresentou leve alta de 2,3%, evidenciando a sua desaceleração quando analisado no médio/longo prazo.
De acordo com a “Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras”, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, FecomercioSP, 62,5% das famílias (cerca de 525 mil) estão endividadas, um crescimento de 6,39% entre 2010 e 2011. Nas capitais, o volume da dívida também aumentou em 11,57%. Em 2010, as famílias deviam R$ 145,1 bilhões e agora este montante é de R$ 161,9 bilhões, ou R$ 13,5 bilhões por mês. Por outro lado, o rendimento das famílias endividadas cresceu 11,7%, saltando de R$ 491,5 bilhões para R$ 549,2 bilhões, ou R$ 45,8 bilhões por mês.
Apesar de tudo, as previsões são otimistas. “O Mercado de crédito, apesar de menos acelerado do que em 2010 e 2011, continua crescendo e crescerá nos próximos anos. Chegamos a 50% do PIB e nossa expectativa é de que chegue, até 2015, a 60%”, afirma Jair Lantaller, presidente do Instituto Gestão de Excelência Operacional em Cobrança, IGeoc. De acordo com ele, isso se confirma no fato de que os principais bancos no País pretendem aumentar suas carteiras de crédito na ordem de 15% à 16% nos dois próximos anos, apesar da economia ainda não dar sinais de crescimento como esperado no início do ano. 
Para enfrentar as situações vindouras, resultantes dos processos e dos índices atuais, cautela é a bola da vez, de acordo com Nelson Barrizzelli, consultor da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, CNDL, e economista do Serviço de Proteção o Crédito, SPC Brasil. “Cabe as empresas agora, estar dez vezes mais alerta do que estavam há três ou quatro anos. Em função do grande volume de compras que ocorreu no período, as famílias, mesmo aquelas que não estão inadimplentes, estão bastante endividadas” frisa o economista.
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