Score na pauta, de novo!

Utilizado amplamente pelas financeiras, o score de crédito recebeu mais uma alfinetada. Dessa vez, o sistema que funciona como uma espécie de pontuação de crédito para medir os risco de concessão voltou a pauta com o Superior Tribunal de Justiça, na última semana de agosto, julgando sua legalidade. E mais uma vez as opiniões ficaram divididas. Por um lado, há quem defenda o uso da ferramenta, que traz agilidade ao processo de concessão de crédito. No entanto, a questão que entra em pauta é como ela pode ser punitiva para o cliente, como afirma Celso Amâncio, presidente da Agência Consumidor Popular. “A parte de sensibilidade foi deixada de lado. E isso faz com que a ferramenta decida, mas não fidelize o cliente. A ferramenta é muito válida, mas deve ser usada de uma forma coerente”, esclarece.
Válida porque é uma forma de proteger o mercado financeiro. Para Tharcisio Souza Santos, diretor de MBA da Faap, crédito e risco são duas coisas indissolúveis, sendo imprescindível o uso da  ferramenta. “São duas faces da mesma moeda. Eu nunca vi ninguém conceder crédito, sem considerar a hipótese de default. Existe alguém que imagine que uma instituição financeira seja uma instituição de caridade cujo objetivo é dar dinheiro gratuitamente para as pessoas sem receber nada em troca e arcar com o default calmamente?”, indaga.
O coordenador do curso de tecnologia em logística do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, Humberto da Silva, acrescenta que adotar essa ferramenta de gestão de risco de crédito é, além de uma obrigação para garantir a liquidez do empreendimento, uma forma de efeito educacional em cima do consumidor. “O cidadão sabe que precisa ter responsabilidade com sua capacidade de endividamento para que mantenha o cartão de crédito, seguro e empréstimos. Senão ele vai pagar mais caro pelo dinheiro. Assim, ou o cidadão tem responsabilidade com seus recursos ou vai ser penalizado pelo mercado”, comenta. Silva reforça ainda que não falta transparência sobre o uso do score de crédito ou qualquer outra ferramenta para análise, o que falta é educação financeira.  Para ele, não foi criado na sociedade o entendimento de que crédito é concessão, não é obrigação. “Ninguém é obrigado a pegar dinheiro emprestado, pega se quiser ou precisar. Obrigação é de o cidadão conduzir uma vida financeira saudável. Adquirir apenas aquilo que cabe dentro de seu bolso”, explica.
RISCOS
As consequências, caso o score seja considerado ilegal, serão negativas, como afirma Aglas Watson, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Para ele, esse é instrumento que já faz parte do conjunto de ferramentas operacionais do sistema financeiro e, em boa medida, também do comércio e sua perda representaria uma “mudança nas regras do jogo”. “A extinção deste instrumento poderia se traduzir em maiores custos para as partes envolvidas em uma operação de crédito (o consumidor e o estabelecimento comercial/financeiro), devido à natural retração na oferta de crédito que sucederia a esta medida”, afirma.

E na sua opinião, q

uais são as vantagens do score de crédito? 

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