A 28ª rodada do Indicador de atividade da micro e pequena indústria, encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) ao Datafolha, mostra que, após meses consecutivos de queda, os índices ficaram estáveis entre maio e junho. Ainda assim, o cenário geral é ruim, sendo que 62% dos empresários admitem o risco de fechamento de suas indústrias, caso nenhuma medida de incentivo à categoria seja tomada.
A linha de crédito para pessoa jurídica é utilizada por apenas 28% das micro e pequenas indústrias, pois a maioria não tem acesso a crédito, fator este que também coloca em risco o futuro das MPIs. As outras opções são empréstimo pessoal no banco (10%), parentes e amigos (17%), empresas que fornecem empréstimos (3%) e cheque especial (14%). Outro aspecto é a taxa de empresas que sofreram calotes, que foi de 46% em junho, ante 41% no mês anterior.
O índice de demissões, por exemplo, apresentou oscilação de quatro pontos, passando de 18% em maio, para 14% em junho. Quando questionados sobre as contratações, apenas 11% contrataram em junho, ante 8% em maio. Ambos mantiveram a estabilidade dentro da margem de erro, que é de cinco pontos, para mais ou para menos.
Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, o cenário é crítico, pois a tendência de estabilidade se dá em um momento ruim. “As micro e pequenas indústrias precisam de crédito produtivo para manter o funcionamento da empresa, reduzir as demissões e efetuar o pagamento de suas contas em dia. Não podemos nos contentar com uma estabilidade negativa. Somente assim será possível evitar o efeito em cascata de quebradeira”, disse o dirigente.