A região Sudeste apresentou, no mês de novembro, o maior crescimento na quantidade de pessoas com dívidas em atraso no país, em relação a novembro do ano passado. O aumento foi de 5,12%, maior do que a média nacional das cinco regiões brasileiras pesquisadas, de 3,37%. O dado é do Indicador Regional de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Desde julho deste ano, a região Sudeste mantém a liderança da alta da inadimplência no país. O segundo maior crescimento no número de devedores foi registrado na região Centro-Oeste, com uma variação anual de 4,96%. A região Sul apresentou a terceira maior alta anual (3,43%), mantendo-se praticamente no mesmo patamar da média nacional. Norte e Nordeste apresentaram altas de 2,94% e 2,01%, respectivamente, e mantiveram-se abaixo da média nacional, sendo que ambas as regiões vêm se revezando no último lugar de aumento da inadimplência nos últimos meses.
Além de mostrar a maior alta, a região Sudeste possui também a maior participação no número de pessoas inadimplentes no país, sendo responsável por concentrar 40,40% do total de negativados no mês de novembro. A região Nordeste participou com 25,85% do total de registros, seguida pelas regiões Sul (12,94%), Norte (8,82%) e Centro-Oeste (7,85%).
Como vem acontecendo desde fevereiro deste ano, o Sudeste também registrou, em novembro, a maior contribuição sobre a alta anual de 3,37%, apresentada para a média Brasil, impactando neste crescimento em 2,04 pontos percentuais. A segunda maior contribuição veio da região Nordeste (0,53 p.p.) que, apesar de apresentar a menor variação em comparação com as demais regiões, possui a segunda maior participação junto ao total de inadimplentes brasileiros. As regiões Norte e Centro-Oeste foram as que menos contribuíram com a alta no país com, 0,26 e 0,38 pontos percentuais, respectivamente.
A abertura por setor da economia mostra que o setor de Comunicação (telefone, celular, internet, TV a cabo, etc) registrou o aumento mais expressivo no número de dívidas em atraso em três das cinco regiões brasileiras – Nordeste (19,91%), Norte (33,09%) e Sudeste (13,31%). O segundo aumento mais impactante foi observado no setor de água e luz, que foi aquele com o maior crescimento anual tanto no Centro-Oeste (46,37%) quanto no Sul (14,94%).
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento dos gastos com celular e internet contribuem em larga medida para a piora da inadimplência do segmento de telecomunicação. “Em pesquisa recente, o SPC Brasil constatou que o brasileiro gasta em média R$ 104,00 com a conta de celular/internet por mês. O montante pode ser considerado significativo, especialmente entre as classes C,D e E. E caso os planos contratados não sejam muito bem planejados, podem gerar atrasos no pagamento”, explica.