Pesquisa da Singer mostra que a presença desses jovens entre os consumidores de máquinas de costura saltou de 43% para 52% em dois anos
O ato de costurar está envolvendo, cada vez mais, consumidores jovens. Uma atualização da pesquisa de penetração da Singer, realizada em 2025 com 1.223 entrevistados em todo o país, mostra que a presença da geração Z entre os consumidores de máquinas de costura saltou de 43% para 52% em dois anos. O levantamento confirma que os jovens de 18 a 29 anos já são maioria entre os novos usuários da categoria, impulsionados pela busca por personalização, consumo consciente e pelo movimento DIY (Do It Yourself), que cresce nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, a pesquisa reforça que a costura não é apenas um fenômeno jovem, mas um hábito que atravessa gerações. Os millennials (30 a 39 anos) também ampliaram sua participação, de 61% para 65%, equilibrando hobby, renda e estilo de vida criativo. A geração X (40 a 49 anos) manteve estabilidade, de 63% para 62%, enquanto os baby boomers (50+) registraram o maior salto, de 67% para 73%, consolidando-se como uma das bases mais fiéis e engajadas. Esses dados mostram que a costura conecta diferentes perfis etários, mas é a força da Geração Z que está redesenhando o futuro da categoria.
“Os consumidores mais maduros seguem extremamente ativos, e a costura tem se mostrado um caminho importante para empreender, complementar a renda e se manter produtivo em uma fase da vida marcada pelo aumento da longevidade. É uma prática que acompanha tanto quem está começando quanto quem continua se reinventando”, avaliou Concheta Feliciano, diretora de marketing & e-commerce Latam da SVP Worldwide.
Visão da costura no Brasil
O estudo mostra que um em cada três lares brasileiros já possui uma máquina de costura – cerca de 23 milhões de casas, segundo cruzamento com dados do Censo 2022. A concentração é maior em São Paulo, que reúne 22% dos domicílios do país. A intenção de compra da categoria já atinge 79% dos consumidores, com avanço consistente em todas as regiões: chega à metade dos consumidores no Sudeste, Nordeste e Sul, e a mais de um terço no Norte e Centro-Oeste. Nesse contexto, a marca líder segue como a mais presente nos lares, com 63% de participação nacional.
Mais do que presença, a pesquisa revela como a costura se transformou em comportamento. Seis em cada dez consumidores utilizam a máquina como fonte de renda – em consertos, customizações ou pequenos negócios de moda – e 58% costuram para fins pessoais ou afetivos, como presentear familiares ou doar peças. Para três em cada quatro entrevistados, a atividade é vista como prazerosa e até terapêutica.
A jornada de compra das máquinas de costura também é cada vez mais multicanal. Os dados mostram que consumidores exploram diferentes pontos de contato de acordo com seus perfis e necessidades: 71% pesquisaram em lojas físicas, valorizando a experiência de ver e testar o produto; 64% recorreram a grandes players do e-commerce, pela conveniência e variedade; e 51% incluíram as redes sociais no processo, em busca de referências, inspiração e opiniões de outros usuários.
Redes sociais e novos consumidores
O uso das redes sociais cresce como parte essencial da jornada de compra. Ainda que não se convertam diretamente em vendas, elas influenciam a decisão dos consumidores, sobretudo entre os mais jovens, que transitam entre canais digitais e tradicionais antes de concluir a compra. “Embora a geração Z tenha papel crescente no consumo e no engajamento digital, a decisão final ainda passa por canais tradicionais e marketplaces consolidados. É um produto que os consumidores querem ver, tocar e experimentar antes de comprar”, analisou a executiva.
Entre os mais jovens, costurar deixou de ser apenas uma habilidade prática para se tornar uma forma de expressão cultural e criativa. A personalização aparece como um dos principais atrativos, com peças únicas que refletem identidade e propósito. Redes como TikTok e Instagram têm ampliado esse movimento com tutoriais, desafios e criadores de conteúdo que transformaram a costura em linguagem visual e tendência.
Segundo Concheta, “a geração Z está reinventando a costura. Para muitos jovens, ela deixou de ser uma habilidade do passado e se tornou uma forma de expressar identidade, empreender e se conectar com valores como sustentabilidade e criatividade. O avanço da participação desse público mostra que a máquina de costura está cada vez mais presente na vida das pessoas, unindo gerações em torno de propósitos distintos, mas igualmente transformadores”.
Metodologia
A pesquisa ouviu majoritariamente mulheres (70%), com idade entre 30 e 39 anos, pertencentes à classe B e residentes na região Sudeste, que concentra mais da metade da amostra. Ainda assim, houve avanço significativo da presença dos jovens de 18 a 29 anos, que passaram de 43% para 52% entre os consumidores da categoria, e entre o público 50+, que cresceu de 67% para 73%. Por classe social, a maior participação continua na classe B (40%), mas houve crescimento relevante na classe C (31%), mostrando que a costura avança em diferentes perfis econômicos.