Com a evolução dos bancos digitais, a consolidação do Open Finance e o avanço da IA, o consumidor passou a esperar muito mais do que apenas um bom aplicativo ou isenção de tarifas
Autor: Alon Lubieniecki
Tradicional ou digital, grande ou pequeno, regional ou nacional, nenhuma dessas características importa: todos os bancos devem apostar na hiperpersonalização financeira se quiserem se destacar e subir no ranking da principalidade financeira do cliente.
A expectativa do novo consumidor vem sendo moldada pela convivência com grandes plataformas digitais que já operam com alto grau de personalização, como serviços de streaming e o varejo online. E, nesse cenário, a pergunta que o cliente faz é simples: se outros setores conseguem me entender tão bem, por que o meu banco não consegue?
É por isso que a disputa pela atenção e fidelidade do cliente no setor bancário nunca foi tão acirrada. Com a evolução dos bancos digitais, a consolidação do Open Finance e o avanço das tecnologias baseadas em inteligência artificial, o consumidor passou a esperar muito mais do que apenas um bom aplicativo ou isenção de tarifas. Ele exige experiências hiperpersonalizadas, sem promessas genéricas, mas com entregas precisas, personalizadas e contextualizadas com sua realidade.
Assim, veremos cada vez mais bancos usando analytics avançado, IA generativa e machine learning para transformar dados brutos em insights acionáveis, capazes de traçar perfis únicos de seus usuários. Esses algoritmos não apenas preveem necessidades, mas também agem de forma proativa, oferecendo renegociações no momento certo, sugerindo investimentos compatíveis com o perfil do cliente ou até alertando sobre padrões de gastos atípicos, possíveis fraudes.
Para os bancos tradicionais, a hiperpersonalização representa um desafio maior, diante de sistemas legados e estruturas mais rígidas. Já para os bancos digitais, que nasceram com foco em agilidade e tecnologia, a hiperpersonalização é o próximo passo para gerar mais valor, reter usuários e aumentar o chamado share of wallet.
Por fim, é importante lembrar que personalizar não significa invadir. A confiança continua sendo o bem mais valioso no relacionamento bancário, e em qualquer outro setor. Portanto, transparência, ética, governança de dados e respeito à privacidade são pré-requisitos para uma hiperpersonalização sustentável, capaz de posicionar um banco no topo da principalidade do cliente.
Alon Lubieniecki é CEO da Luby.