
Em geral, o que se vê no mercado são planos e estratégias corporativas que não diferem muito uma da outra e, justamente, por isso acabam tendo sempre resultados parecidos. Aí, quando acontece um revés na economia e os esforços para aumentar as vendas não se efetivam, os executivos resolvem criar novos planos de motivação, campanhas de benefícios e de incentivo, e mais treinamentos para a equipe. Tudo para continuar estimulando os vendedores a cumprir as metas e conquistar mais mercado. E só se vê executivo correndo atrás do prejuízo para minimizar o crescimento negativo que o balanço apresenta. Ou, na pior das hipóteses, a base não ter crescido apesar de todo o esforço, e o que se conseguiu foi ficar no zero a zero.
E por que isso acontece? Porque a maioria concentra a energia em conseguir novos clientes e se esquece de cuidar daquele que já é da casa. Segundo o guru do marketing Philip Kotler, conquistar um novo cliente custa de cinco a sete vezes mais do que manter os já existentes. E faz muito sentido, considerando tudo o que se falou acima.
Melhor seria investir em planos para reter e fidelizar os atuais clientes do que em conquistar novos. Afinal um cliente feliz vai ser um disseminador das vantagens da empresa e vai “vender” mais do que os vendedores internos. Porque, de nada adianta um novo cliente entrar por uma porta enquanto dez saem pela outra. E, o mais grave, são consumidores que raramente vão voltar depois de passarem por uma experiência ruim. Ou seja, o esforço e o investimento para reconquistá-los acaba sendo ainda maior.
Por isso, ao invés de apenas abrir uma nova filial ou contratar mais vendedores, pense também em investir mais no atendimento pós-venda para fidelização de marca. Ou ainda, pense em programas de recompensa ou descontos para os mais antigos. São ações que saem do básico praticado no mercado e que farão a diferença para ajudar a empresa a crescer de fato e bater suas metas.
Acacio Queiroz é chairman da Chubb do Brasil. Formado em Economia, pós-graduado em Finanças e com especialização em Business nos Estados Unidos, possui certificação no Programa de Desenvolvimento de Conselheiros pela Fundação Dom Cabral, bem como é Conselheiro de Administração Certificado pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.