
Se vivemos num tempo em que há mais oferta do que procura e pessoas com facilidade de migração de uma empresa para outra, além de estarmos num momento em que vivemos também o desespero das próprias organizações, torna-se inevitável o surgimento desse tipo de comportamento: o sujeito dá um tempo e retorna para a mesma empresa em março. E, se isso não afeta as novas gerações que brincam de “malabarismo” com suas carreiras, justamente por terem a segurança de duas oportunidades nas mãos e várias no ar sob seu controle, pergunto: por que mudar?
Creio que, em um futuro bem próximo, esses “malabaristas” vão ter que mudar suas estratégias, mas não são dignos de receberem pedras agora, pois estão vivendo. Acredito que viver seja o que fazemos agora e, se sair de um trabalho em novembro e retornar em março é sinônimo, para alguns, de vida, devem continuar. Só preciso alertar que essa estratégia é perecível para uma carreira bem-sucedida, pois esses profissionais perdem o fio da credibilidade que o mercado necessita depositar sobre o sujeito. Isso não tem como mudar.
O crescimento e ascensão profissional se dão por meio de muitos fatores que incluem capacidade técnica, competência na execução da tarefa e até confiança no profissional que a executa. Mas a credibilidade ainda é o que mais pesa. Contudo, ninguém deve ser condenado por não oferecer credibilidade de tempo a outrem, apenas receberá as consequências por isso e aí, equitativamente, está tudo certo. Principalmente, quando o jogo é combinado.
Portanto só tenho a dizer, para líderes e empregadores: revisem seus conceitos!
Edison Andrades é escritor, palestrante e sócio da Reciclare Treinamento.