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E a “nova classe média”?

Nos últimos anos, o mercado potencial de consumo brasileiro cresceu cerca de três vezes. Algo entre 35 e 45 milhões de pessoas ávidas por consumir deram o ar de sua graça. O resultado efetivo de negócios com esse fantástico contingente de “novos consumidores”, no entanto, está bem aquém do potencial. 
A explicação, na versão resumida, é que a maioria das empresas não está preparada para lidar com esse público. Esses clientes continuam comprando basicamente nos mesmos lugares onde já compravam. E esses pontos de venda têm, como característica, um baixo índice de automação, uma vez que o custo do aluguel dos POS onera as transações de pequeno valor. Eles também pagam as contas em estabelecimentos do tipo correspondente bancários, devido ao fato de que os bancos estão reduzindo o número de agências e estimulando alternativas tipo internet banking – os “novos consumidores” ainda são majoritariamente não internautas.
O resultado é o crescimento da circulação de dinheiro físico, o que causa inúmeros problemas. O consumidor, apesar de dispor de capacidade de consumo, não tem acesso a canais convenientes de compras e pagamentos. Os pequenos negócios, que recebem em dinheiro físico e pagam aos fornecedores também em dinheiro físico, permanecem em uma invisibilidade que lhe barra o acesso às linhas de crédito. Os fornecedores incorrem em altos custos de operação e perdem margens. A indústria financeira não consegue escoar os fundos acumulados e perde oportunidades. Até para o governo interessaria circular mais dinheiro desmaterializado, na medida em que reduziria a liquidez e aumentaria a formalização da economia.
O irônico é que existem plenas condições para essa desmaterialização: 700 milhões é o número de cartões de crédito distribuídos no país. O problema situa-se no campo das condições de acesso e uso dessa moeda: apenas 200 milhões desses cartões são ativos.
Praticamente todas as soluções estudadas passam por um enorme investimento na alteração das atuais infraestruturas ou na implantação de novas. A única exceção que tenho conhecimento é a plataforma desenvolvida pela empresa brasileira Neural Net. Ela utiliza a rede de telefonia tal como existe hoje, inclusive com acessos a compras e pagamentos via celulares pré-pagos e telefones fixos.
Voltaremos ao assunto.
Fernando Guimarães é especialista em marketing de relacionamento. Atualmente, é country manager de MeuABC.com. Email: [email protected]

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