O canal para quem respira cliente.

Pesquisar
Close this search box.

Está na hora de um fato novo?

Estamos no limite? Após passar por um período de estabilidade econômica, a política econômica brasileira começa a dar sinais de desgaste, levantando a questão de que o período de crescimento pode estar perto do fim. Claro que existe uma mescla entre a política econômica e a própria política nacional. Os sinais são claros ao se analisar os próprios números do mercado, a partir de um período de duas décadas. Eles estão deixando economistas e empresários em alerta com o futuro do País.
Essa é a primeira percepção de cerca de 50 líderes reunidos no Café com Presidentes, da ClienteSA, realizado em julho, no ClubeSírio, em São Paulo, que teve a apresentação exclusiva de Milton Luiz de Melo Santos, presidente da DesenvolveSP, a Agência de Desenvolvimento Paulista. No encontro, que teve apoio da Avaya e da EnglishTown, o economista espelhou as transformações do País nos últimos 20 anos, a partir do Plano Real, que contribui para melhorar o poder da moeda brasileira, combatendo a hiperinflação. Ele apontou um quadro onde a inflação acumulada de 1829 até agosto de 1993, chegou a bater sete quinquilhões por cento.
As mudanças positivas iniciaram com a criação do Plano, que provocou uma sequência de transformações estruturais e de gestão pública, durante mais de seis anos, criando uma base estável, como a redução da presença do Estado, as privatizações, criação de agências reguladoras e melhoria nos fundamentos da economia. “Como resultado, o País contabilizou conquistas, como o crescimento do PIB, a evolução do salário mínimo e a queda da taxa de desemprego. O câmbio oscilou, mas tem subido desde 2010”, como procurou detalhar.
Mas, os gráficos revelam que alguns indicadores já estão apontando para uma inversão de crescimento. O primeiro sinal é a inflação começando a subir de forma mais acentuada. Na avaliação do economista, apesar do bom momento vivido pelo Brasil, faltou ao Governo investir mais em melhorias de infraestrutura e em ações para baixar a carga tributária. “Sem essas medidas, fica complicado para o País conseguir competir no mercado internacional. Esse modelo de crescimento calcado apenas no estímulo ao consumo traz bons resultados no curto prazo, mas ao pensar em um crescimento sustentável, ele não se segura.” Faltou ainda o Governo realizar ajustes para fechar suas contas, que continuam elevadas, segundo o presidente da DesenvolveSP. “Eles também não contribuíram para a política monetária, nem atacaram os preços indexados, realimentando a inflação”, acrescenta Santos, que avalia como preocupante o cenário brasileiro para os próximos anos. “Vejo um quadro complicado. Não acredito que o Governo consiga diminuir as taxas de juros.”
Diante disso, Acácio Queiroz, presidente do conselho da Chubb, levanta a questão da necessidade da oposição cobrar mais do Governo para que haja mudanças. “Há tantas questões que precisam se revistas, como mostrou o presidente da DesenvolveSP. Não dá para deixar de lado.” A presidente da Blue Tree, Chieko Aoki, reforça ainda a necessidade do próprio empresariado fazer a sua parte. “A partir da liderança de cada empresa, precisamos aproveitar nossa influência para lutar por um Brasil melhor”, afirma.
INOVAÇÃO
Uma das saídas apontadas por Santos para aproveitar o momento de crescimento e se tornar competitivo é o investimento em inovação. E esse foi outro ponto que faltou maior atenção. “Infelizmente, nosso país ainda não tem muito forte a cultura do investimento. Falta uma política empreendedora”, avalia. Por parte do Governo, ele também destaca a falta de estímulo, com a elevada burocracia e a questão tributária. “Também vejo uma relação muita clara entre a falta de investimento e o grande aumento nos valores dos impostos”, reforça o presidente da NovaQuest, Jair Lantaller.
Na visão do economista, o país ainda precisa investir muito em empreendedorismo para ganhar em escala e se colocar de forma mais robusta no cenário global. “Temos que incentivar uma mudança de mentalidade, principalmente entre as grandes empresas”, afirma Santos, que já vê uma pequena mudança, com os empreendedores conseguindo transpor as barreiras e com a taxa de sobrevivência das empresas aumentando aos poucos. “Com essa transformação, a expectativa é que nossa economia consiga se manter mais forte.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima