O Brasil não é o único país do mundo em desenvolvimento que vem descobrindo a importância do turismo como propulsor da sua economia e sociedade. Uma afirmação que vai além da divagação, já que os números apresentados pelo Ministério do Turismo, Embratur e Banco Central, mostram claramente esta expansão.
Em 1970, o País recebia cerca de 250 mil turistas estrangeiros. Em 2004, fechamos o ano com 4.8 milhões de visitantes, que trouxeram aproximadamente US$ 3,2 bilhões, o maior índice desde 97. Os números de viajantes mundiais que chegaram às nossas terras foi 15% superior em relação ao ano anterior e 50% maior que a média global em 2003. Fora isso, o Brasil saltou, no ano passado, da 19ª para a 14ª colocação no ranking de sede de eventos internacionais. Argentinos, norte-americanos e portugueses são os que mais nos visitaram durante o ano de 2004.
Para os brasileiros, a consolidação de mais um segmento no mercado, representa abertura de novos postos de trabalho, aquecimento da economia, por meio de investimentos internacionais e nacionais, além de melhoria na infra-estrutura, transportes e comunicações de cidades consideradas pólos turísticos. As perspectivas são promissoras para o setor, mas o Brasil ainda ocupa uma posição discreta diante do mercado mundial. O turismo é o sexto maior “produto” de exportação brasileira, ficando atrás da soja, minério de ferro, veículos, farelo de soja e aviões.
O planejamento e as estratégias que estão sendo adotadas pelos governos federal e estadual apontam uma mudança de visão em relação ao Turismo e ao crescimento que ele pode trazer ao Brasil. A instituição da “Marca Brasil”, lançada pelo Ministério do Turismo no início do ano, é uma dessas ações positivas. Grandes centros turísticos mundiais utilizam esse reforço de conceito, como o slogan de Nova Iorque – I love New York – criado há 25 anos e copiado em todos os cantos do planeta.
Potencial para explorar o turismo, possuímos. Nossa grande extensão territorial é um dos grandes diferenciais, já que temos variações climáticas, fauna, flora, enfim opções para todos os gostos. Pode-se encontrar dias ensolarados e usufruir de praias que seguem de costa a costa; dias amenos no sul ou ainda conhecer as maravilhas de nossas florestas e cerrado.
Segundo Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, produzida pela Embratur e FGV-SP, que avaliou o desempenho das 50 maiores empresas do setor, o faturamento desse grupo em 2004 foi de R$ 7.3 milhões, 24% maior que em 2003. Essas organizações foram responsáveis pela ampliação em 13% no número de postos de trabalho.
A importância do turismo para a nação é uma consciência que sai do Planalto Central e invade os Estados. O governo de São Paulo, por exemplo, passou a ter uma pasta única para o Turismo a partir deste ano, desvinculando-o da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. No estado, o Turismo já integrou uma pasta junto com Cultura e Esportes, além de só com Esportes. Apenas em 1965, o segmento possuía uma secretaria própria.
Apostar no turismo é investir na evolução do mercado interno e combate ao desemprego. Servir bem, qualidade de vida, desenvolvimento sustentável: essas são as palavras que impulsionarão a nova economia. Independente de crises, de governos ou de mudanças que possam ocorrer.
José Zetune é presidente da Direção da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), da ADVP (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Portugal), do IRES (Instituto ADVB de Responsabilidade Social) e da FBM (Fundação Brasileira de Marketing).