A brasileira Fisk, uma das maiores e mais tradicionais escolas de idiomas do País, com faturamento de R$ 43 milhões no ano passado, caminha a passos largos, rumo à internacionalização da marca, graças a modelo que explora a máxima proximidade das franquias – tratadas como parceiras de negócios.
Lá fora, elas já são 90, das quais 82 somente na Argentina, duas no Paraguai e seis no Japão. No segundo semestre deste ano, a escola de idiomas promete inaugurar outras duas – no Chile e em Angola. Aqui, a Fisk mantém 740 unidades em funcionamento – 38 administradas diretamente e 702 franqueadas. Isso faz da escola a de maior capilaridade no País, atendendo a mais de 300 mil alunos por ano.
“Nós crescemos muito no Brasil e já era hora de explorar o enorme potencial do mercado internacional, principalmente América Latina”, explica Christian Ambros, executivo de Marketing e supervisor da área de Franquias da Fundação Richard H. Fisk. A estratégia, segundo ele, se sustenta na valorização dos idiomas, e não apenas do Inglês, enquanto base de formação cultural. “Há muito tempo que a fluência em Inglês deixou de ser diferencial no currículo. Cada vez mais se exige que os profissionais falem mais de uma língua, além do idioma de origem, de preferência o Espanhol, para obter um lugar de destaque na carreira profissional. E nós damos aos nossos alunos-clientes a oportunidade de preencher esse requisito, com qualidade e buscando superar as expectativas que eles têm”, explica Christhian. Ele destaca os programas de imersão sob medida para executivos que, de uma hora para outra, precisam dominar um outro idioma, a fim de cumprir uma viagem de negócios.
Liderança – Mas, sem dúvida alguma, na cruzada de conquista dos mercados interno e externo, o que desequilibra a favor da Fisk é o estreito relacionamento com as franquias. E é assim desde há muitos anos. A marca chegou à Argentina, por exemplo, em 1986, quando começou o processo de internacionalização. A receita também funciona internamente. No ano passado, foram abertas cinco novas unidades no país vizinho. E, para 2005, a meta é dobrar esse número e inaugurar dez escolas. “Já temos
escolas na maioria das principais cidades do País, nas regiões Norte, Sul, Leste e Oeste. Mas o projeto de expansão continua, sobretudo na América Latina”, anuncia Christian.
O executivo revela que outro “segredo” do sucesso é adaptar a política de relacionamento, com alunos e parcerios, em especial as franquias, à cultura de cada região. No Japão, por exemplo, a Fisk constatou, em pesquisa, que a maioria dos jovens prefere dedicar-se, durante a semana, apenas ao estudo das disciplinas ministradas nas escolas de primeiro e segundo graus, deixando as extracurriculares para os fins de semana. Em função disso, ela organizou um calendário que cobre o sábado e o domingo.
A Fisk também mantém promoções que atendem às empresas, beneficiadas com descontos de até 20%, nos cursos destinados a tornar funcionários fluentes em Inglês, Espanhol e outras línguas. Empresas como HSBC, Rei do Mate, Petrobras e até mesmo o Governo do Estado de São Paulo têm convênio com a rede de ensino de idiomas Fisk.
A Fisk foi criada no Brasil pelo norte-americano Richard Hugh Fisk, que chegou por aqui na década de 50. Deu aulas particulares, ensinou Inglês pela televisão e em 1958 decidiu investir as economias na criação da primeira unidade das escolas no bairro paulistano da Bela Vista, que começou com 200 alunos. A Fisk não é, porém, apenas o primeiro curso de idiomas no Brasil. Além de pioneira em franquias, é dos grupos que mais investem no modelo, o que lhe rendeu, no ano passado, o prêmio “Franqueador do Ano”, conferido pela ABF (Associação Brasileira de Franchising).