Não é preciso ser Sherlock Holmes para perceber o quanto tem crescido a adoção de dispositivos móveis com acesso a dados, tais como smartphones e tablets. Mesmo em países com infraestruturas deficientes como o nosso, muita gente usa esses aparelhos e seus aplicativos continuamente, para uso pessoal e profissional. Aliás, vai começar a ser caso raro ver gente conversando com os companheiros durante a refeição ao invés de mexer no telefone.
Esse acompanhamento quase permanente das pessoas e seus hábitos traz uma grande oportunidade para as empresas. Capturar dados de utilização do usuário do dispositivo móvel e tratá-los estatisticamente para delinear um perfil comportamental pode ser uma maneira de personalizar produtos e serviços como nunca se viu anteriormente. Sei também, caro leitor, que você já está revoltado com os temas da privacidade, mas em geral são os próprios usuários que consentem em fornecer seus dados em troca de algum benefício.
Do lado das empresas, o desafio passa a ser tratar todo esse volume de dados e conseguir aplicá-lo no cotidiano. Caímos no “big data”, que tanto tem se falado ultimamente. Imagine que, para cada pessoa “observada”, podemos ter centenas ou milhares de registros de operações distintas realizadas ao longo do tempo, associados a possíveis dados de localização. Passa a ser vital contar com tecnologias para facilitar a análise e com pessoas aptas a interpretar os resultados e traduzi-los para um conjunto de decisões aplicáveis ao negócio.
Em minhas últimas experiências profissionais, aliás, o gap de competências sempre foi bem mais relevante do que o gap de tecnologia. Conseguir profissionais com habilidades analíticas e que, simultaneamente, compreendam os requisitos de negócios é algo raro. Essa turma é pequena, está bem empregada ou tem negócio próprio, além de ser bastante valorizada. Neste ponto que voltamos à tecnologia: conseguir algo que simplifique o processo analítico para profissionais de negócios é o melhor dos mundos. Um bom profissional de marketing ou vendas pode ser treinado a interpretar insights produzidos por uma tecnologia e usar sua experiência para aplicá-los em prol do negócio. Essa parece ser uma forte tendência: simplificação do processo analítico para gente boa de negócios!
Mãos à obra!
Leonardo Vieiralves Azevedo é diretor da Habber Tec Brasil.