O canal para quem respira cliente.

Pesquisar
Close this search box.

O novo mundo digital



O termo “arqueologia às avessas” é perfeito para definir o livro “O Novo Mundo Digital”, do engenheiro, articulista e consultor de empresas, Ricardo Neves. Um precioso trabalho de pesquisa, com estilo refinado e uma série de citações pertinentes às mais variadas obras e autores da literatura humana. Todo o esforço para contextualizar as oportunidades, ameaças e mudanças que estamos vivendo, é recompensado pelo belo resultado final da obra.
Para “desenterrar” o futuro, o autor começa com as três maiores invenções coletivas da humanidade até então: a linguagem, a agricultura e as cidades. Através dessas mudanças, a humanidade se descolou do mundo natural e começou uma grande ruptura social. Na seqüência, surgiu a escrita, que trouxe com ela a possibilidade de acumular conhecimento e transmiti-lo às futuras gerações.
Chegamos, então, ao final do século XX, quando entramos finalmente na infância da internet, a grande rede que vai mediar todas as relações humanas. Segundo o autor, a internet é o centro das mega-transformações civilizatórias para a nova Era da Sociedade Digital Global. A única questão é: como o homem vai utilizar a mais extraordinária das suas invenções?
A incerteza entre uma Sociedade do Conhecimento ou a Barbárie Digital Global é que moverá as novas escolhas políticas da sociedade atual. Precisaremos eleger líderes capazes de entender as oportunidades e riscos que se escondem nessa fase. Uma nova sociedade exigirá novos líderes e novos modelos de governo.
Revisitando o passado, o autor enfrenta o “mito dos Anos Dourados”, de que antigamente tudo era melhor. E o trabalho infantil e as raras oportunidades de educação para as mulheres? Vale lembrar que o casamento por amor foi uma invenção do século XX e, mesmo assim, era indissolúvel até meados dos anos 60. Vale um momento de reflexão.
O fim do emprego no século XXI poderá ser comparado, no futuro, com a abolição da escravatura. A nova forma de trabalho na era digital fará com que você perca o seu emprego, seu filho não achará o dele e o seu neto vai achar graça dessa história. A automatização de tarefas vai suprimir milhares de profissões e empregos. A verdade é que não existe nenhum “boom” de empregos no horizonte.
A conquista do aumento da longevidade traz novos desafios para uma sociedade que vive muito mais tempo. Segundo o autor, as crianças na faixa de dez anos de idade formam a primeira geração que vai chegar, de forma significativa, aos cem anos de idade. Podemos imaginar uma nova referência de velhice e o surgimento da “quarta idade”, a partir dos 80 anos.
Obviamente, vivendo mais, teremos que reinventar a educação. Antes, o que você aprendia na juventude já preparava toda a sua vida profissional adulta. Essa idéia já não funciona mais. Precisaremos desenvolver um novo sistema de educação continuada para adultos, com novos conteúdos, ferramentas e canais de distribuição. Afinal, alguns especialistas afirmam que 75% das profissões da década de 2020 sequer foram inventadas.
O livro passeia pelo novo lar da Renascença Digital, um casulo high-tech, onde as pessoas vão passar cada vez mais tempo. Na verdade, antigamente os médicos, advogados e professores trabalhavam em casa. As novas tecnologias do final do século XIX, como máquinas fabris, transportes e telefone, tiraram o trabalho de casa. Segundo Neves, o trabalho agora está voltando para casa com o uso da internet, da banda larga e do telefone celular.
Como consequência direta, criamos o conceito de mídia pessoal e colaborativa, com Wikis, Blogs e afins. Literalmente, nós estamos escrevendo, de forma colaborativa, um novo capítulo na aventura da viagem à superestrada digital. Pois é, talvez você ainda não tenha percebido, mas você já está no “Novo Mundo Digital”.
Sem nos inundar com visões apocalípticas, Ricardo Neves literalmente viaja entre os séculos e as palavras para projetar uma imagem mais clara do futuro. No primeiro livro desta trilogia sobre a Renascença Digital, ele retrata as oportunidades e mudanças que já estamos vivendo, sempre com foco no indivíduo. Resta agora torcer para que o homem escolha o caminho rumo à Sociedade do Conhecimento. E aguardar, ansiosamente, os próximos livros da série, pois esse primeiro já tem um conteúdo digno de best-seller nacional para um mundo globalizado.

Marco Barcellos é diretor de Marketing da Cisco Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O novo mundo digital



O termo “arqueologia às avessas” é perfeito para definir o livro “O Novo Mundo Digital”, do engenheiro, articulista e consultor de empresas, Ricardo Neves. Um precioso trabalho de pesquisa, com estilo refinado e uma série de citações pertinentes às mais variadas obras e autores da literatura humana. Todo o esforço para contextualizar as oportunidades, ameaças e mudanças que estamos vivendo, é recompensado pelo belo resultado final da obra.
Para “desenterrar” o futuro, o autor começa com as três maiores invenções coletivas da humanidade até então: a linguagem, a agricultura e as cidades. Através dessas mudanças, a humanidade se descolou do mundo natural e começou uma grande ruptura social. Na seqüência, surgiu a escrita, que trouxe com ela a possibilidade de acumular conhecimento e transmiti-lo às futuras gerações.
Chegamos, então, ao final do século XX, quando entramos finalmente na infância da internet, a grande rede que vai mediar todas as relações humanas. Segundo o autor, a internet é o centro das mega-transformações civilizatórias para a nova Era da Sociedade Digital Global. A única questão é: como o homem vai utilizar a mais extraordinária das suas invenções?
A incerteza entre uma Sociedade do Conhecimento ou a Barbárie Digital Global é que moverá as novas escolhas políticas da sociedade atual. Precisaremos eleger líderes capazes de entender as oportunidades e riscos que se escondem nessa fase. Uma nova sociedade exigirá novos líderes e novos modelos de governo.
Revisitando o passado, o autor enfrenta o “mito dos Anos Dourados”, de que antigamente tudo era melhor. E o trabalho infantil e as raras oportunidades de educação para as mulheres? Vale lembrar que o casamento por amor foi uma invenção do século XX e, mesmo assim, era indissolúvel até meados dos anos 60. Vale um momento de reflexão.
O fim do emprego no século XXI poderá ser comparado, no futuro, com a abolição da escravatura. A nova forma de trabalho na era digital fará com que você perca o seu emprego, seu filho não achará o dele e o seu neto vai achar graça dessa história. A automatização de tarefas vai suprimir milhares de profissões e empregos. A verdade é que não existe nenhum “boom” de empregos no horizonte.
A conquista do aumento da longevidade traz novos desafios para uma sociedade que vive muito mais tempo. Segundo o autor, as crianças na faixa de dez anos de idade formam a primeira geração que vai chegar, de forma significativa, aos cem anos de idade. Podemos imaginar uma nova referência de velhice e o surgimento da “quarta idade”, a partir dos 80 anos.
Obviamente, vivendo mais, teremos que reinventar a educação. Antes, o que você aprendia na juventude já preparava toda a sua vida profissional adulta. Essa idéia já não funciona mais. Precisaremos desenvolver um novo sistema de educação continuada para adultos, com novos conteúdos, ferramentas e canais de distribuição. Afinal, alguns especialistas afirmam que 75% das profissões da década de 2020 sequer foram inventadas.
O livro passeia pelo novo lar da Renascença Digital, um casulo high-tech, onde as pessoas vão passar cada vez mais tempo. Na verdade, antigamente os médicos, advogados e professores trabalhavam em casa. As novas tecnologias do final do século XIX, como máquinas fabris, transportes e telefone, tiraram o trabalho de casa. Segundo Neves, o trabalho agora está voltando para casa com o uso da internet, da banda larga e do telefone celular.
Como consequência direta, criamos o conceito de mídia pessoal e colaborativa, com Wikis, Blogs e afins. Literalmente, nós estamos escrevendo, de forma colaborativa, um novo capítulo na aventura da viagem à superestrada digital. Pois é, talvez você ainda não tenha percebido, mas você já está no “Novo Mundo Digital”.
Sem nos inundar com visões apocalípticas, Ricardo Neves literalmente viaja entre os séculos e as palavras para projetar uma imagem mais clara do futuro. No primeiro livro desta trilogia sobre a Renascença Digital, ele retrata as oportunidades e mudanças que já estamos vivendo, sempre com foco no indivíduo. Resta agora torcer para que o homem escolha o caminho rumo à Sociedade do Conhecimento. E aguardar, ansiosamente, os próximos livros da série, pois esse primeiro já tem um conteúdo digno de best-seller nacional para um mundo globalizado.

Marco Barcellos é diretor de Marketing da Cisco Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima