Vamos tentar explorar três desses fatos. O primeiro é a intensificação do uso de dispositivos móveis para distribuição e exploração de informação. A grande febre que observamos nesse ano de 2011 com a compra de tablets e smartphones é um fenômeno. Só como exemplo, em abril tive a oportunidade de testemunhar filas, às cinco da manhã, de dezenas de pessoas querendo comprar um iPad. Isso foi nos Estados Unidos, paraíso do consumo. O exemplo mostra o quanto esses gadgets tornaram-se objeto de desejo e que, progressivamente, entrarão com mais força no dia a dia das empresas, especialmente para intercâmbio de informação. Os maiores players do mercado já lançaram suítes novas de dashboards, por exemplo, para desenvolvimento e implantação desses quadros de indicadores. Aqui no Brasil, claro, o desafio continua sendo levar esse tipo de tecnologia para a base da pirâmide, que ainda não tem acesso econômico (e educacional) para esse tipo de tecnologia. Ainda.
Perspectivas de ano novo
Ninguém pode negar que, pelo menos mitologicamente, 2012 será um ano bastante especial. Afinal de contas, estamos falando do fim do mundo… Brincadeiras à parte, sempre tentamos fazer prognósticos do que acontecerá no período seguinte, com alto risco de errar. No campo da inteligência de negócios, vários fatos solidificados nos mercados de consumo ganham força no ambiente corporativo. O poder é originado tanto do amadurecimento da tecnologia quanto da transformação cultural e social que essas novas mídias e aparelhos eletrônicos de consumo têm causado em nossas vidas.
A segunda tendência com crescimento expressivo é das decisões automatizadas. Novas aplicações especializadas trarão recomendações bastante diretas para os usuários, de novo muito inspiradas nos modelos que hoje utilizamos no mundo do consumo. Além do motor de recomendação, com forte base estatística, também vamos testemunhar aplicações especialistas, que embarcam conhecimento ou melhores práticas de mercado, para aplicações empresariais horizontais e/ou verticais. Um exemplo é uma solução de precificação voltada para o mercado industrial, que abrange: análise de dados de transações com uma lógica de preços, motores estatísticos para segmentação de clientes e estabelecimento de preços por micro-segmentos e, finalmente, assistentes de recomendação de preços para os agentes da força de vendas. Todo o projeto e construção da aplicação são dedicados ao segmento que atendem, embarcando práticas específicas de negócios, tecnologia de última geração e integração com vários ERPs de mercado. Outro exemplo que segue a mesma linha são as soluções de gestão da remuneração.
Por último, e para tentar errar o menos possível, é indiscutível que a web terá um papel mais amplo como fonte de informação empresarial. Dado que a internet, por definição, é um meio hostil para a informação estruturada, aprenderemos a lidar melhor como capturar informação, filtrar o lixo, armazenar unidades de conteúdo, analisá-las semanticamente, gerar indicadores… Essa é uma rotina ininterrupta, com fontes pouco ou nada controláveis, mas que se tornará mais relevante para todas as iniciativas de Social CRM que sobreviverem com bons resultados para o negócio.
Mãos à obra!
Leonardo Vieiralves Azevedo é diretor da Habber Tec Brasil.