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Revolução Digital



Hoje, vivemos um novo mundo digital, mas não foi sempre assim. Essa é a proposta de Ethevaldo Siqueira, um “foca” obediente, que ingressou na redação do jornal Estadão, em 1967, e por lá foi ficando. Sorte a nossa, pois ele agora nos presenteia com uma obra riquíssima em fatos, curiosidades e detalhes – Revolução Digital, o seu mais recente lançamento.

Este livro é uma fonte de consulta permanente. Repleto de fotos e imagens, foi estruturado de forma inteligente, com fatos em ordem cronológica e muita informação de apoio. Cada ano possui uma seção adicional – background, com informações relevantes naquele contexto, como músicas da época, personagens famosos e manchetes de destaque.

Na visão do autor, a revolução começa em 1906, com a invenção da primeira válvula eletrônica, pelo americano Lee De Forest. A Europa da Belle Époque vivia um período de otimismo até o início da primeira guerra mundial, em 1914. O Brasil de 1900 era um país agrícola com pouco mais de 17 milhões de habitantes.

Após o fim da primeira guerra, os tratores revolucionavam a agricultura. Nasciam os Laboratórios Bell e a IBM, e começava a saga da televisão. Após a catástrofe na Bolsa de Valores de Nova York, veio a depressão, as ditaduras e as guerras.

No início da década de 30, o Brasil inaugurava o Cristo Redentor e a USP. Neste período, a Bell Labs criou o primeiro transistor e surgiu também o primeiro computador (ENIAC). Os russos lançaram o satélite espacial e, em 1959, Fidel Castro tomou o poder em Cuba. No Brasil, veio o golpe de 1964, e os militares assumiram o poder, criando a Embratel e interligado todo o País via satélite.

A partir deste ponto, a história passa a ser contada pelo jornalista Ethevaldo Siqueira. No dia 10 de março de 1967, ele inicia um estágio que seria de, no máximo, seis meses, mas que já dura mais de 40 anos.

Morria o mito Che Guevara, o homem pisava na Lua pela primeira vez e Pelé fazia o milésimo gol. Noventa milhões de brasileiros assistiram pela TV o tricampeonato da seleção em 1970. A Intel lançou o primeiro microprocessador – 4004 -, e o Brasil atingiu um milhão de telefones. Em 1973, o Brasil implantava o sistema Telebrás, enquanto que, na Califórnia, nascia o protocolo da internet – TCP/IP, e o padrão Ethernet.
Surgiram os primeiros computadores pessoais, e o Apple II vendeu mais de 25 milhões de unidades. Foram lançados o videocassete e as centrais digitais. O visionário Koji Kobayashi (NEC) defendia então o primeiro conceito de convergência. Em 1979, Ethevaldo realiza um sonho profissional com o lançamento da Revista Nacional das Telecomunicações (RNT), que permaneceria sob sua direção por mais de 20 anos.

Durante a chamada “década perdida”, o Brasil iniciava o processo de abertura política enquanto “los hermanos” embarcavam em uma aventura desastrosa na invasão das Ilhas Malvinas. A revolução prosseguiu com a transmissão de dados por pacotes e o som digital dos CDs. O mundo começava a falar em software livre e hackers. Começava a privatização na América Latina e a crise do modelo estatal brasileiro. Depois de quase 30 anos, em 1989 tivemos eleições diretas no Brasil, seguida do primeiro impeachment.

Nos anos 90, nascia o WWW – a rede das redes, e surgia o DVD e o browser Netscape. Por aqui, FHC coordenava o Plano Real e preparava-se para mudar as telecomunicações no País. Em 1998, a Telebrás foi privatizada por US$ 19 bilhões, mas o Brasil perdeu o ministro Sérgio Motta. O País tinha agora 4 milhões de internautas e o projeto Iridium fracassaria de vez.

Entramos no século 21 com o pé-esquerdo: estoura a bolha da internet! O bug do milênio era uma lenda. A Sony lança o PlayStation 2, enquanto a Microsoft multiplica-se por todo o mundo através do Windows 2000. Nosso autor acompanhou pela internet, ao vivo e a cores, o ataque do terror às Torres Gêmeas.

Entramos na era da colaboração, com o lançamento da Wikipedia. E depois, vieram o iPOD, o Google e HDTV, seguidos pelo fenômeno do Orkut, a revolução do YouTube, o lançamento do iPhone e a polêmica brasileira da banda larga sem fio WiMax.

O autor faz ainda um balanço geral do século 21 e finaliza sua obra apontando as grandes tendências do nosso futuro, como a evolução da internet, a busca por vida inteligente e o mundo virtual. Revolução Digital é um livro para ler, reler e consultar. Uma referência indispensável para conhecer o passado, entender o presente e sonhar com o futuro. Uma obra de mestre.

Marco Barcellos é diretor de marketing da Cisco.
E-mail: [email protected]. Para sugestões e/ou críticas, visite o blog http://blogclientesa.clientesa.com.br

 


Ficha Técnica

Revolução Digital – História e Tecnologia no Século XX
Autor: Ethevaldo Siqueira
Editora: Saraiva
Ano: 2007
Páginas: 369

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