Outro ano de crescimento. O estudo de dimensionamento do mercado de marketing direto no Brasil, elaborado anualmente pela Abemd, Associação Brasileira de Marketing Direto, junto com a Simonsen Associados, empresa de marketing e planejamento estratégico, trouxe ainda promissoras perspectivas acerca do avanço do setor. Os indicadores mostraram que a receita do mercado de marketing direto em 2009 foi de R$ 21,7 bilhões, crescimento de 11,3% em comparação com 2008. Embora o estudo seja feito há cinco anos, dados de 10 anos atrás foram coletados, permitindo estimar que em 2000 a receita do setor foi de R$ 7,5 bilhões. O crescimento médio nesse período até 2009 é de 12,5% ao ano. Em relação ao 1º semestre de 2010 os números surpreenderam. A comparação sobre o mesmo período do ano anterior mostrou crescimento de 21,1% do setor. Todos os dados permitiram afirmar que o crescimento projetado na ótica das empresas de 2010 a 2014 será próximo a 16,4%.
A distribuição geográfica do estudo levou em conta a distribuição do PIB no Brasil. O Sudeste respondeu por 59%, Sul, 17%, Nordeste, 13%, Centro-Oeste, 9% e Norte, 2%. O setor como um todo participou do PIB brasileiro de 2009 com 0,69%. Em relação à participação de cada segmento no mercado de marketing direto, os serviços de internet e e-commerce , call center, contact center e telemarketing e distribuição e logística foram os que mais se destacaram, com participação de 24,9%, 22,5% e 14%, respectivamente. “É interessante que em um ano de crise como o de 2009 nenhum segmento cresceu menos de 8%”, pontua Antônio João Vialli Cordeiro, presidente da Simonsen Associados. Para ele, o trabalho de coleta de informações resultou na identificação de um setor com potencial de crescimento muito grande. “Cada vez mais ferramentas estão sendo utilizadas pelas empresas, que buscam medir o resultado das ações com seus potenciais clientes”, afirma.
Os principais segmentos usuários do marketing direto em 2009 foram as instituições financeiras, com 22% de participação, telecomunicações e utilidades, 15%, publicações e assinaturas, 10,5%, comércio em geral e catálogos, 10%, indústria automobilística e de autopeças, 8,5%, setores de financiamento e religioso, 3% e outros, incluindo construbusiness e educacional, 31%. O estudo também avaliou que a participação na receita por tipo de operação foi de 66% em B2C e 34% em B2B, pontuando que houve crescimento da comunicação interna das empresas. O estudo trouxe ainda a estimativa de 1225 empregos diretos no país a partir da expansão do setor de marketing direto, sendo que em relação a 2008 houve crescimento de 8,4%.
Patrocinado pelos Correios e com apoio tecnológico da Frontier Digital Business, a pesquisa Indicadores Abemd se baseou em entrevistas com empresas prestadoras de marketing direto, associações de classe, órgãos governamentais e, sobretudo, empresas clientes. Além disso, o amparo de publicações e relatórios de pesquisas científicas e a utilização do banco de dados da própria Simonsen Associados foram valiosas fontes de informações. No total, 214 entrevistas foram feitas. “Este estudo é muito mais complexo que uma pesquisa, pois mostra o tamanho do negócio para os players do mercado, aumenta o conhecimento do segmento sobre suas várias particularidades e desenvolve uma base de informação estratégica que pode ser atualizada ano a ano”, explica Efraim Kapulski, presidente da Abemd. “Queremos disseminar conhecimento para o fortalecimento da atividade que, por si só, é a atividade de se relacionar com os clientes por meio do diálogo constante”, completa. Para ele, a essência do setor é o diálogo com o cliente com a mensuração do resultado por todo tipo de ação.