O canal para quem respira cliente.

Pesquisar
Close this search box.

Um novo filão… e as mudanças no hábito de consumo



Quem não fica tentado a adquirir um produto ou serviço ofertado pela internet com descontos que podem chegar a 90%? De fato, resistir às promoções dos sites de compra coletiva tornou-se um desafio… e um grande negócio com impacto direto no hábito de consumo. O grande desafio desta nova versão do e-commerce é vender produtos e serviços para um número mínimo pré-estabelecido de consumidores, com ofertas que então entre 24 horas e 48 horas. Ou a oferta é cancelada. O idealizador do conceito é americano Andrew Mason, que lançou em novembro de 2008 o primeiro site de compra coletiva, o Groupon. Em pouco tempo, está espalhado por mais de 36 países e 1000 cidades no mundo.

Por aqui, a compra coletiva on-line desembarcou em janeiro de 2010, com o lançamento do Peixe Urbano. Por serem considerados adeptos ao universo virtual e a novas experiências de compra, os consumidores brasileiros aderiram rapidamente à estratégia, revolucionando os hábitos de consumo e a própria relação comercial com as empresas. Segundo a consultoria de comércio eletrônico It4cui, em 2011, o segmento deverá faturar entre R$ 30 milhões a R$ 50 milhões.

“O nosso modelo de negocio é muito simples e vantajoso para todas as partes. Os consumidores economizam e conhecem estabelecimentos de alta qualidade, enquanto os estabelecimentos adquirem milhares de novos consumidores que buscam novas experiências. E os resultados das ações são totalmente mensuráveis e diretos, diferente de qualquer outra mídia disponível”, pontua Daniel Funis, diretor de marketing do Groupon.

“Esta é a melhor ferramenta de marketing promocional que já foi criada para pequenos estabelecimentos de serviços. Antes disso, precisavam investir em divulgação e torcer para aparecer novos clientes. Agora, podem fazer o mesmo sem risco e sem custo. Já para o consumidor, especialmente aquele que gosta de sair e de conhecer lugares interessantes, mas nem sempre pode gastar com lazer, essa é uma excelente oportunidade, já que os descontos oferecidos possibilitam gastos com entretenimento sem prejudicar o orçamento”, concorda Paulo Veras, sócio-fundador do Imperdível.

Hoje, o segmento de compra coletiva é composto de fornecedores de pequeno e médio porte, comercializando em sua maior parte bens de consumo não duráveis, como serviços de estética, fotografia, academia, hospedagem, petshop, refeições, além de outros que até pouco tempo não possuíam presença expressiva no e-commerce, conta Guilherme Gavioli, especialista em estratégias para internet. Para ele, os sites funcionam como uma intermediação, negociando com fornecedores a venda de algum artigo pelo menor preço possível. “A cada transação concluída, o site fica com uma comissão, que pode variar de 20% a 50% do valor total da venda. O usuário recebe um voucher para usar no estabelecimento dentro de um prazo determinado. Um spa em Curitiba, por exemplo, conseguiu vender 280 sessões de massagem pela internet em poucas horas. Da forma tradicional, levaria mais de um mês para atingir o mesmo número”, exemplifica.

Para selecionar os estabelecimentos cujos serviços ou produtos serão ofertados, o Groupon se baseia em uma série de critérios como qualidade dos serviços, reputação, histórico de atendimento ao cliente e potencial de geração de novos clientes. “Além disso, muitos estabelecimentos vêm até o Groupon por meio do contato eletrônico também, oferecendo seus serviços/produtos”, explica Funis.

Assim como acontece na maioria dos sites de compras coletivas, os usuários cadastrados no Groupon recebem, diariamente, um e-mail anunciando a oferta do dia em suas respectivas cidades. Caso haja interesse, o consumidor entra no site e efetua a compra. No dia seguinte, ele recebe por e-mail a confirmação de sua compra e um voucher com um código da oferta. O consumidor só precisa imprimir o voucher e levá-lo ao estabelecimento comercial para retirar o produto ou serviço. Segundo Funis, o Groupon já vendeu mais de 12 milhões de vouchers.

O projeto do Peixe Urbano surgiu em janeiro de 2010, quando o site foi aberto para cadastros. A primeira oferta foi lançada em março no Rio de Janeiro, estreando a prática de compras coletivas no Brasil. “Um dos grandes segredos para obter sucesso nas vendas é oferecer descontos em estabelecimentos que sejam realmente de qualidade”, alerta Leticia Leite, diretora do Peixe Urbano. Para isso, o site executa uma série de filtros e critérios para seleção dos parceiros.

Além de qualidade, o Peixe Urbano, segundo Leticia, exige que o estabelecimento tenha ótima estrutura, capacidade de atendimento e potencial de crescimento. “Passando os primeiros filtros e etapas de seleção, um de nossos representantes sempre visita o parceiro em potencial para avaliar o estabelecimento, para verificar se alinha com a proposta do Peixe Urbano, e para definir junto com o parceiro os detalhes da possível oferta, incluindo o serviço específico, o desconto, a capacidade máxima e outros fatores.” Uma das principais novidades do Peixe Urbano será o lançamento das operações em plataforma mobile, começando pela adaptação do site para o iPhone.

Criado com base na expertise de dez anos do Grupo Agência Vibe, especializado em comércio eletrônico, o Ótima Oferta foi ao ar também em janeiro de 2010. Para Robson Tavarone, sócio-diretor do Ótima Oferta, o consumidor pode acompanhar em tempo real o status de liberação da oferta, verificar a quantidade de interessados em sua oferta e o prazo em que ela estará disponível para venda. Desde o início da operação, o usuário tem acesso a todas as normas do site e ao valor do desconto. O pagamento é realizado por meio da operadora PagSeguro, pois, dessa forma, caso a oferta não atinja o número mínimo de compradores, o site irá ressarcir o consumidor que já havia efetuado o pagamento.

“Trabalhamos de forma customizada com nossos parceiros, oferecendo condições de acordo com seu mercado de atuação e suas necessidades, além de possibilitar a aquisição de novos clientes, novos mercados e maximizar as suas vendas. Também possibilitamos à empresa definir a quantidade de produtos que serão vendidos, a taxa percentual de desconto oferecida aos clientes e calcular uma estimativa de retorno”, afirma Tavarone.

Outro diferencial do site, segundo ele, é o repasse de 70% do valor das vendas para as empresas parceiras, que é feito integralmente em 30 dias após a ativação da oferta, independentemente da validação dos voucher´s. E, para apoiar suas estratégias, o Ótima Oferta firmou parcerias com exclusividade com Quiosque Brahma, Teatro Juca Chaves, Jacques Janine, Planet Dog, Fisioacus e Edivaldo Mazzi Estética. Com as parcerias, o Ótima Oferta espera aumento de 30 mil cadastros e incremento de 60% no faturamento.

Mas a grande novidade, segundo Tavarone, fica por conta da abertura de mais uma unidade de negócio inaugurada em Belo Horizonte, no dia 24 de janeiro, que deu início ao Sistema de Franquia de Compras Coletivas On-Line, possibilitando à marca atender aos clientes e parceiros de forma mais próxima, sem depender de representantes locais. Só com a unidade de Belo Horizonte, o Ótima Oferta espera obter mais 300.000 clientes cadastrados e faturar cerca de R$ 500.000,00 ao mês. “A estratégia de franquear um site de compra coletiva é totalmente inédita no Brasil e promete impulsionar nossos negócios”, reforça Tavarone.

Já a aposta do site Imperdível é disponibilizar uma equipe de parcerias distribuída em cada um das cidades em que atua. Desta forma, segundo Paulo Veras, sócio-fundador, é possível visitar pessoalmente todos os estabelecimentos e ter uma proximidade maior com os gestores, tornando mais viável a realização de negócios promissores. “Em geral, a receita de cada venda é dividida meio a meio, entre o Imperdível e o estabelecimento. Vale lembrar que o estabelecimento só paga esta comissão sobre vendas e todos os custos da operação e divulgação da promoção correm por conta do Imperdível. Ou seja, geralmente, o estabelecimento não lucra com esta transação, mas atinge seu grande objetivo, que é trazer clientes novos e qualificados sem risco e sem investimento. É uma proposta que tem funcionado muito bem”, afirma.
Marcelo Macedo, CEO do ClickOn, também procura selecionar as ofertas criteriosamente. “Jamais colocamos no site estabelecimentos que não tenham sido visitados por um dos nossos vendedores. E para garantir que o consumidor tenha uma boa experiência, nossa equipe ajuda o estabelecimento a definir todos os detalhes da oferta, como preço, desconto e, principalmente, o número máximo a ser vendido para garantir que esteja dentro de sua capacidade de atendimento. A ideia é fidelizar tanto o consumidor como o nosso parceiro de negócio.”

TENDÊNCIA
A tendência para os próximos três anos é que o e-commerce de compra coletiva brasileiro passe por uma série de fusões, transformando muitas destas pequenas empresas que surgem a cada dia em gigantes do comércio eletrônico. Para os demais países do mundo é esperado uma evolução semelhante, principalmente em mercados onde a compra coletiva vem evoluindo rapidamente, como nos Estados Unidos e China. “Em 2010 vimos o surgimento de vários competidores que seguiram o nosso modelo de compras coletivas. Apesar de haver uma tendência de crescimento de empresas competidoras, acreditamos que, com a consolidação da estratégia, poucos sites de compra coletiva sobreviverão à concorrência”, aposta Funis, do Groupon.

Leticia, do Peixe Urbano, concorda que o mercado passará por um processo de seleção natural. “Os clientes serão cada vez mais exigentes e optarão pelos melhores sites, aqueles que contam com uma forte estrutura, credibilidade e qualidade, tendo abrangência nacional e tamanho suficiente em termos de usuários cadastrados para conseguir negociar as melhores ofertas com os melhores estabelecimentos em cada cidade”, conclui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima