A impressão para essa data não se resume a panfletos, com tendências apontando para um uso inteligente e complementar do digital
Autor: Thiago Leon Marti
A Black Friday se configurou nos últimos anos como um dos eventos de consumo mais lucrativos para o comércio mundial. No entanto, devido ao avanço da tecnologia, muitas lojas físicas perderam público e tiveram que se reinventar. Isso fez com que elas apostassem no presencial para recuperar relevância.
Segundo a pesquisa NIQ Ebit/E-Commerce Brasil de 2025, apesar da preferência online se manter na dianteira (mais de 70% dos consumidores optam pelo e-commerce, segundo a Tray/Bling/Octadesk/Vindi), o varejo físico ganha novo papel: 25,9% dos consumidores afirmam que desejam ver o produto de perto. Esse avanço do omnichannel reforça a necessidade de materiais impressos personalizados, sensoriais e integrados ao digital, atuando como pontes entre a decisão de compra online e a experiência física ou o recebimento do produto.
Uma das principais tendências é a fusão do físico com o digital, conhecida como Phygital. O material impresso não é mais uma ferramenta isolada, mas sim uma ponte para o conteúdo online, onde os QR Codes personalizados continuam sendo o principal elo. Assim, ao invés de apenas direcionar para a página inicial, os QR Codes em flyers, cartazes ou embalagens promocionais levam o cliente diretamente para a aba de ofertas relâmpago, cupons exclusivos ou experiências interativas de gamificação. Já no caso de materiais impressos mais sofisticados, como displays de PDV ou folders especiais, podem ser integrados à Realidade Aumentada. Nesse caso, o cliente aponta o celular para o material e vê o produto em 3D ou um vídeo promocional, transformando um impresso estático em uma experiência dinâmica.
No entanto, a personalização é o que faz a marca se destacar. Graças à tecnologia de impressão digital de alta velocidade, é possível customizar produtos em massa. Isso significa que folhetos ou cartazes podem incluir o nome do cliente, histórico de compras ou ofertas específicas baseadas em seu perfil. Por sua vez, a embalagem é o primeiro ponto de contato físico com a compra online. Assim, utilizar pacotes e caixas temáticos da data, com acabamentos premium e mensagens personalizadas, cria um senso de exclusividade e aumenta a percepção de valor do produto, incentivando o compartilhamento nas redes sociais (o famoso unboxing).
Em contrapartida, para capturar a atenção em meio à saturação visual, a impressão foca no toque. O uso de verniz localizado, hot stamping (efeitos metálicos) ou relevo seco em cartões, catálogos e cupons promocionais cria uma experiência tátil, que aumenta a memorabilidade da oferta. Além disso, o consumidor moderno valoriza marcas com consciência ambiental. Na Black Friday, essa preocupação pode ser um diferencial competitivo. Portanto, o uso de papéis reciclados, certificados pelo FSC, e tintas à base de água ou vegetais (ecológicas) em materiais como tags, folders e sacolas é uma tendência que comunica os valores da marca.
As lojas físicas, que fazem parte da estratégia omnichannel, precisam de elementos visuais que transmitem a urgência e o apelo da data comercial. O uso de banners, displays de chão e wobblers com cores vibrantes (muitas vezes explorando o contraste preto e amarelo/vermelho) e mensagens de escassez (“Últimas Unidades!”, “Oferta Relâmpago!”) é fundamental para guiar o cliente e fechar a venda no local. Por fim, a impressão de etiquetas com design diferenciado para destacar o preço promocional em gôndolas e prateleiras ajuda o cliente a identificar rapidamente os itens em oferta, simplificando a jornada de compra em um ambiente caótico.
Em suma, a impressão para a Black Friday não se resume a panfletos. As tendências apontam para um uso inteligente e complementar ao digital. Ao investir em materiais personalizados, sustentáveis e integrados (via QR Codes e AR), as marcas conseguem ir além da simples redução de preço, criando uma conexão mais profunda e uma jornada de compra mais completa, que se inicia no mundo físico e se expande para o digital. Ignorar o poder do material tátil e da sua capacidade de gerar impacto sensorial e chamar à ação no PDV e na casa do cliente é perder grandes oportunidades na data promocional mais esperada do ano.
Thiago Leon Marti é head de branding, design e comunicação na Printi.





















