O preço se tornou um dos principais fatores decisivos para os brasileiros no momento de compra – 80% dos consumidores priorizam o preço, ao passo que 21% colocam a qualidade em primeiro lugar, de acordo com o estudo recente promovido pela dunnhumby. Se comparado com o levantamento realizado em maio do ano passado, onde 34% dos brasileiros afirmaram optar por produtos mais baratos, é possível ver aumento de quase 50 pontos percentuais em menos de um ano.
A análise ainda mostra que 47% dos entrevistados compara os preços em diferentes lojas antes de efetuar a compra. Isso é um reflexo da percepção de que os brasileiros estão gastando mais com comida agora do que em qualquer outro país: 76% da população acredita que os preços dos alimentos subiram, enquanto na pesquisa realizada em março do ano passado 50% afirmou ter visto aumento nos preços durante a pandemia.
A baixa confiança na economia do país e/ou no estado das finanças pessoais, com ¾ da população preocupada com ambos fatores, também reflete na maior comparação dos preços e na priorização do valor dos produtos frente à qualidade. Como outra forma de cortar gastos e ter mais praticidade no dia a dia, as pessoas estão comendo mais em casa do que em restaurantes e/ou deliverys. Na última pesquisa realizada pela dunnhumby em novembro de 2020, 40% dos entrevistados afirmaram estar cozinhando mais; já em fevereiro deste ano, a porcentagem subiu para 46%.
A pesquisa, que já está na sexta onda e compreende o período de 18 a 24 de fevereiro, envolveu 22 países e ouviu homens e mulheres que são os principais tomadores de decisões de compra em seus domicílios. O estudo abordou diversos tópicos que interferem no comportamento de compra dos consumidores no mundo todo, confira os outros dados levantados:
Crescimento do e-commerce
Os brasileiros estão mais satisfeitos com a experiência das compras online. O nível de satisfação do consumidor passou de 30% em março de 2020 para 36% em fevereiro deste ano. A tendência das compras online se consolidou no Brasil, o que coloca o país em quinto lugar no mundo, atrás apenas de países asiáticos: Coréia, China, Tailândia e Malásia, onde o e-commerce já estava bem desenvolvido antes mesmo da pandemia. 33% dos brasileiros já fazem suas compras online.
Mesmo com o aumento no índice de satisfação com o e-commerce e com o avanço da pandemia no Brasil, os consumidores não têm a intenção de trocar o modelo de compras presencial pelo virtual, visto que a frequência de visitas as lojas físicas se mantém na média de duas vezes por semana, a mesma do ano passado. Além disso, as pessoas têm se sentido mais confortáveis ao irem às compras. Em março de 2020, 73% da população alegou que não se sentia segura ao frequentar lojas e supermercados, já em fevereiro deste ano o número caiu para 50%.
Satisfação com varejistas e governo
Na última onda do estudo, realizado em novembro de 2020, a aprovação dos consumidores com a experiência nas lojas físicas foi de 45%; já na pesquisa referente a fevereiro deste ano, 51% dos brasileiros consideraram que os estabelecimentos estão fazendo um bom trabalho na pandemia. Na comparação com março do ano passado, a avaliação se manteve estável (52%). Na análise mundial, o Brasil é o nono país com o maior nível de satisfação da população referente ao trabalho que as lojas desempenham frente ao cenário de pandemia (51%). Por outro lado, a satisfação com o governo é cada vez menor. O nível de aprovação passou de 38% em março de 2020 para 17% em fevereiro deste ano. Já com relação às farmácias, 39% dos consumidores avaliaram que estes estabelecimentos estão fazendo um bom trabalho, enquanto em novembro esse número ficou em 34%.
Saúde e bem estar
Em meio a pandemia, as pessoas estão passando a ter hábitos mais saudáveis e isso inclui tanto a prática de atividades físicas, quanto o maior consumo de alimentos saudáveis, que atingiu 51% dos consumidores brasileiros em fevereiro deste ano sendo, em sua maioria, pessoas que demonstram maior preocupação com a situação atual do país (60%). Vale ressaltar que a busca por produtos orgânicos não tem apresentado crescimento, isso porque os brasileiros estão buscando uma alimentação mais balanceada, mas não necessariamente orgânica.