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O fascinante caso de amor entre Microsoft e Linux

Resultado de imagem para romeo and julietShakespeare ficaria deliciado com o fato, anunciado na última quarta-feira, 10/10, de que a Microsoft está se unindo à Open Invention Network, o que significa colocar à disposição das mais de 2.600 empresas membros da rede suas 60 mil patentes, ajudando-as assim a se defender de ações e processos.

O bardo de Stratford-upon-Avon não deixaria de perceber a ironia dessa nova versão dos amantes de Verona, com a Microsoft no papel de Julieta e o Linux, no de Romeo.

Sim, porque há exatamente treze anos, quando a OIN foi formada – uma coalizão de empresas, entre as quais Google, IBM, NEC, Novell, Philips, Red Hat e Sony, que tinha como objetivo ajudar o movimento do software de código aberto, e o Linux em particular, a se defender dos inimigos – o principal desses inimigos era exatamente a empresa de Bill Gates.

No decorrer dos anos, a Microsoft liderou os ataques ao Linux e, mais tarde, ao Android.

Inicialmente, a empresa trabalhou para criar uma nuvem de incerteza jurídica, acusando os dois sistemas operacionais de possivelmente infringirem as patentes da Microsoft.

Depois, ela concentrou-se em garantir com que aqueles que vendem dispositivos baseados em Linux e Android licenciassem tais patentes, gerando um fluxo saudável de receita – na casa das centenas de milhões de dólares em receita!

Mas agora – quem diria! – assume um amor ao estilo Montecchio/Capuleto.

É verdade que a Microsoft vinha se movendo nessa direção há algum tempo. Mas não deixa de ser supreendente quando lembramos que Steve Ballmer, CEO da empresa até 2014, chamava o Linux de “câncer” e ameaçava qualquer empresa que o usasse.

E, no entanto, como disse o comunicado, essa era o “próximo passo lógico”, principalmente levando em consideração a aquisição do repositório de código GitHub pela Microsoft, anunciada em junho, o que permite estabelecer um forte relacionamento com a comunidade de código aberto.

Em relação à entrada da Microsoft na OIN, Nat Friedman, atualmente VP da gigante de software e futuro CEO da GitHub, enfatizou que a Microsoft não buscou nenhum tratamento especial, comprometendo todas as suas patentes ao clicar no “accepta” do contrato de licença como qualquer outro membro.

Para efeito de curiosidade, eis como reagiram alguns representantes do mercado:

Tom Warren, do site The Verge: “A Microsoft está indo com tudo para o código aberto. O inferno realmente congelou.”

Austen Allred, CEO da Lambda School: “A reviravolta da Microsoft em abraçar abertamente e advogar pela comunidade de código aberto é algo que surpreenderia meu eu de 14 anos”.

Amit Ranjan, co-fundador do SlideShare: “Não é o Dia da Mentira e tampouco é um artigo do Onion (site satírico):)”

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