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O que nos tem a dizer os números de Cannes?

Semana passada, através do meu twitter (@fguimar), questionei a euforia com os recordes da publicidade brasileira em Cannes este ano. Afinal, mudamos tanto assim de um ano para o outro (o ano passado foi um amargo fracasso). E aí comecei a ver algumas as peças vencedoras… Bem, pelo jeito, mudamos o enfoque em relação à forma de concorrermos. E o vale-tudo de algumas décadas atrás, quando também fomos “vencedores” no balneário francês. 

Estava nesse pé quando vi o artigo abaixo do Luiz Alberto Marinho, publicado em Blue Bus. Sempre preciso, e elegante, Luiz resume algumas das minhas preocupações e traz algumas informações importantes. Por exemplo que o sucesso verdadeiro do “Brasil” concentrou-se em 4 agências. E que se concentrou, também, em mídia tradicional. 
Este último ponto é particularmente irritante do meu ponto de vista, porque o Comitê do Prêmio Abemd, do qual faço parte, tem procurado ser ano após ano mais sérios, com critérios cada vez mais sólidos e um julgamento quase irritantemente imparcial. E este ano assistimos algumas agências importantes deixarem de inscrever suas peças no Abemd para guardarem dinheiro (não é pouco) para a inscrição de Cannes – onde falharam miseravelmente!
Mas vamos ao artigo. Depois, quem sabe, voltamos a discutir isso.

Os numeros de Cannes, eles tem muito a nos
dizer | do
Marinho

Será que a propaganda brasileira brilhou mesmo em
Cannes?
A publicidade nacional volta para casa com 57 leoes no 57o Festival de
Cannes.
Boa parte da imprensa especializada nem esperou os resultados finais
para
comemorar. Afinal, nunca antes na história deste país ganhamos tantos
prêmios no
mais importante evento da propaganda mundial. Além do mais, uma
brasileira, a
Almap, levou o título de Agência do Ano no festival e outra, a F Nazca,
foi a
primeira a receber um Titanium, prêmio dado às ideias mais originais e
inovadoras, pela campanha ´Xixi no Banho´.

Tudo isso merece
mesmo ser comemorado. Mas acho exagerado estender o sucesso de algumas
agências
à toda a indústria da propaganda brasileira. Das 173 agências que
inscreveram
trabalhos no festival, apenas 18 ganharam alguma coisa, ou seja, cerca
de 10%.
Dessas 18, dez levaram apenas um Leao. Na verdade, 2/3 dos troféus foram
conquistados por somente 4 agências – a Almap, com 15, a Ogilvy com 10, a
Lew
Lara com 7 e a DM9 com 6. Isso significa que o Clube dos Leoes continua
restrito
a poucos sócios.

Outra característica do mercado nacional
emerge dos números finais do
festival – somos mesmo adeptos da publicidade tradicional. Dos nossos
57 leoes,
40 foram conquistados em disciplinas de propaganda tradicional. Nas
novas mídias
ou em disciplinas cada vez mais invadidas pelo digital, como RP, Promo e
Direct,
nao nos destacamos. E em Cyber, uma vez mais, nosso desempenho foi
decepcionante.

Por tudo isso, proponho – depois que a
ressaca passar, vale a pena
refletir sobre os números de Cannes. Eles têm muito a nos dizer.

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