Em um mundo onde surge uma geração nova há cada cinco anos – e elas vêm cada vez mais ansiosas e sem tempo para perder -, é muito difícil para as empresas, geralmente chefiadas por pessoas que aprenderam a obedecer uma hierarquia e não a dialogar, encontrar formas de inspirar seus novos colaboradores (e também as pratas da casa). Esse foi um dos ponto abordados no painel Geração de Competências, realizado no CIC Brasil 2015, que teve como moderadora Ana Elisa Moreira Ferreira, diretora executiva da Univoz.
Unanimidade entre os participantes do painel, a cultura da empresa sempre presente na rotina dos colaboradores foi apontada como medida essencial para manter os funcionários engajados em tempos de crise. “Como fazer o time remar na mesma direção que você? Relembrando o propósito com pequenos gestos”, ensina Maria da Glória, gerente executiva de atendimento ao cliente da Sodexo. Afinal, não é porque o colaborador está na parte de atendimento que ele não faz parte dos valores de base da empresa. Corroborando a esta ideia, Juliana Dorigo, gerente de RH do Grupo Nelson Paschoalotto, apresenta que dentro da organização os colaboradores são chamados de clientes internos.
Observando essa necessidade de conhecer quem está dentro da empresa – tal qual é feito com o perfil do cliente – e que a representa perante os clientes, o Magazine Luiza decidiu chamar os colaboradores para uma conversa e ir além da apresentação da história da empresa, buscando o que ela tem a ver com a vida de cada um. “Também se mostrou ao funcionário que ele não trabalhava para a empresa, mas para ele e sua família”, conta Beatriz Ferreira Menezes, gerente de gestão de pessoas e qualidade do Magazine Luiza. Isso faz com que o colaborador comece a questionar a importância do emprego em sua vida e se ele quer se engajar com aquela empresa.
Mas para saber a resposta, qualquer organização deve estar disposta a ouvir seus funcionários, principalmente o que estão na base da corporação, já que eles conseguem observar detalhes que muitas vezes escapam aos olhos de quem está na ponta, explica Gustavo Marinho, diretor executivo da Vector. Além disso, se não houver esse diálogo, a tarefa de inspirar os colaboradores será mais difícil, já que o perfil do quadro de funcionários mudou muito ao longo dos anos e, com isso, a motivação de cada um. E mesmo que ainda não existam medições exatas sobre como investir nos colaboradores trouxe resultados positivos, os executivos garantem que a satisfação é notória para todos os lados.