Recentemente, foi realizada uma série de treinamentos de voz em uma central de atendimento de telefonia celular, no Centro Oeste. Em uma empresa privada, com aproximadamente 700 atendentes, foi confirmado o profundo interesse deles em conhecer melhor a própria voz e fala, o seu instrumento de trabalho. Além disso, aperfeiçoar a comunicação verbal. Um número expressivo de atendentes tem na própria voz uma desconhecida. Nesta parcela de profissionais impera a desinformação sobre as bases preliminares de funcionamento e uso saudável da voz, e sobre como preservá-la para durar a vida toda.
Mais um agravante é o fato de atenderem a média de 150 telefonemas durante seis horas de trabalho. E, para intensificar o uso excessivo e abusivo da voz, há pouca ingestão de água, somada, em alguns casos, com o uso do cigarro e ingestão de chocolate. Outro aspecto desprezado são os momentos de descanso para a voz nos intervalos de trabalho. Na análise da questão, foi observado que 41% dos atendentes avaliavam o próprio conhecimento relativo a voz e fala como ruim, antes de serem submetidos ao treinamento de voz. Isso é quase um suicídio vocal por falta de consciência sobre o papel da voz.
Durante o treinamento, a estatística aponta para um nível de 92% referente ao interesse que o assunto desperta nos atendentes. Eles apresentam grande motivação ao serem convocados, pela empresa, para participarem do evento. Grande parte das vozes pode ser ajustada de forma rápida, simples e completamente natural e direta, com competência do profissional da voz e dedicação do atendente. Ao final do treinamento, incluso a utilização do Laboratório de Voz, cerca de 82% dos participantes respondeu que o novo conhecimento é de notável utilidade prática. Está evidenciada a melhora da voz, da comunicação verbal de cada atendente e do fortalecer da autoconfiança no desempenho da função.
Enfim, constata-se, no relato dos atendentes, dedicação focada na prática vocal, cuidados especiais e prevenção de problemas na voz. Outro aspecto importante é o desejo da maioria em continuar o aprimoramento da voz e fala, com treinamentos de manutenção que são a chave para o fortalecimento dos novos padrões adquiridos.
Janete Mayer é fonoaudióloga da Estética Vocal