Autor: Erik Penna
No início de carreira é comum encontrar profissionais aceitando qualquer emprego para conseguir uma oportunidade no mercado, no entanto, isso pode ser uma armadilha à medida que o imediatismo e a falta de foco costumam resultar numa experiência improdutiva e negativa tanto para o funcionário como para a empresa.
É fundamental buscar uma ocupação em que haja aptidão, mas que também gere satisfação pessoal e brilho no olhos, levando-se em conta ainda a frase do filósofo Confúcio: “Encontre um trabalho que você ame, e não terás que trabalhar um único dia em sua vida”.
Fazer o que gosta e dá prazer é o primeiro passo, e essa paixão pelo emprego faz com que muitos empregados fiquem na empresa por muitos anos. Há pessoas que perduram na mesma organização ao perceber oportunidades e possibilidades de crescimento profissional. E há também aqueles que se satisfazem com alguns benefícios conquistados, muitas vezes caem no comodismo, não ousam novos desafios e acabam enraizando-se no trabalho, mesmo estando desmotivados.
Estar motivado é fator determinante para que o profissional possa desempenhar um trabalho de alta performance, atingir metas e superar desafios, afinal, sem motivação os dons mais raros se tornam inférteis.
Mas como manter a motivação sempre em alta?
A teoria RAP, Realização-Afiliação-Poder, desenvolvida pelo norte americano David McClelland, da Universidade de Harvard, é uma poderosa ferramenta que pode ajudar a provocar a motivação das pessoas. Ela relaciona três grupos de pessoas que se motivam de formas distintas.
O primeiro grupo é formado por pessoas movidas pela realização. Adoram desafios e metas e, por meio da própria superação, são capazes de agigantar os resultados. Elas precisam de fatos novos constantemente, integrar projetos inovadores, trocar de departamento ou área na própria empresa e de metas desafiadoras. Já a falta de meritocracia e a ausência de desafios cotidianos é fonte de desmotivação.
O segundo grupo é composto por funcionários movidos pela afiliação. São colaboradores mais sentimentais, de coração generoso, que valorizam muito a sinergia no local de trabalho e enfatizam um ótimo relacionamento interpessoal. Muitas vezes, o líder nem precisa fazer nada tão expressivo para eles, mas se fizer para as pessoas que gostam, eles ficarão entusiasmados. Um clima organizacional conciliador é relevante e motivador, já um ambiente instável ou intranquilo desmotiva facilmente este grupo.
E o terceiro grupo é formado pelas pessoas que são movidas pelo poder. São aquelas que se motivam cada vez mais quando vislumbram possibilidade de crescimento profissional, ou ao menos chance de exercer influência sobre os colegas de trabalho. São apaixonadas por elogios e o reconhecimento normalmente gera um desempenho elevado. Por outro lado, se desmotivam facilmente quando percebem que não há como crescer hierarquicamente ou não são devidamente valorizadas.
Jim Collins defende em seu livro “Empresas Feitas para Vencer” que o ativo mais importante das empresas não são as pessoas, são as pessoas certas. Portanto, são esses talentos que as organizações precisam cada vez mais encontrar, reter, qualificar continuamente, além de mantê-los sempre motivados.
Investir no capital humano, na motivação das pessoas, é uma vantagem competitiva para as organizações no mundo corporativo atual e costuma gerar ótimos resultados através de equipes de alta performance.
Erik Penna é especialista em vendas, consultor, palestrante e autor dos livros “A Divertida Arte de Vender” e “Motivação Nota 10”.