A invasão dos jogos

Os jogos saíram dos lares e parques e estão invadindo as empresas. É o conceito de gamification, cada vez mais presente nos departamentos de treinamento das empresas. O método tem como objetivo usar técnicas e ferramentas que, por meio da mecânica dos jogos, interação entre colaboradores, competitividade e temas lúdicos, enriquece assuntos que poderiam ser abordados de maneira muito mais simplória, segundo Juliana Mantelli, analista de negócios da Sou Educação Corporativa. “É um jeito inovador e diferenciado para aprender e trabalhar”, afirma. Ela explica que os jogos devem ser usados como forma de engajar e motivar os colaboradores a realizarem os treinamentos propostos pela empresa. “Aplicando os conceitos de games, prender a atenção e informar qualquer tipo de conteúdo se torna muito mais interessante”, reforça a executiva, que em entrevista exclusiva fala sobre a adoção da prática, suas vantagens e os desafios.

Callcenter.inf.br – Por que as empresas estão adotando esse modelo?
Juliana: Aplica-se a gamificação em processos organizacionais com o objetivo de incentivar os colaboradores a adotarem comportamentos e políticas da empresa. O principal objetivo é encorajar as pessoas a lidarem com temas considerados “chatos” de uma maneira mais fácil, como por exemplo, a leitura de conteúdos, treinamentos, preenchimento de avaliações, etc.
Um exemplo de aplicação de gamification é o Grande Prêmio do Conhecimento, da fabricante de pneus Goodyear. Desde 2011 é realizado um jogo durante alguns meses do ano com objetivo de incentivar a realização de treinamentos online. O projeto já se transformou num evento aguardado por todos e durante sua aplicação, a adesão tem um amento de 400% de treinamentos realizados. Ao mostrarmos um ranking onde todos conseguem saber quem está em primeiro lugar, ou último, a disputa fica muito mais acirrada e todos acabam se esforçando para realizar todas as atividades.
O que ele traz de grande novidade?
Uma particularidade muito importante no conceito de gamificação é o fato de conseguir abranger faixas etárias diferentes. Por um lado, temos os jovens que atualmente estão cada vez mais ligados a tecnologia e prendê-los em salas de aulas é como levá-los à tortura. Por outro, nos deparamos com pessoas mais experientes cuja grande dificuldade é abordar assuntos que elas já dominam, mas não são frequentemente reciclados.
Quais são as vantagens?
O modelo, que invadiu a internet e tem aparecido fortemente no ambiente corporativo, faz muito sucesso, pois envolve os participantes de forma a instigar a competitividade – característica fortemente presente em todos os seres humanos. Por meio disso, gestores conseguem atingir um número maior de pessoas com as estratégias de treinamento.
Mas como instigar?
A metodologia é baseada na estratégia do uso de pontuação e rankings para estimular a competitividade dos participantes, influenciando-os assim, a completarem as atividades propostas pela organização. A mecânica envolve ainda possíveis recompensas e prêmios aos colaboradores e equipes com melhor colocação.
E os principais desafios para a adoção?
O principal desafio encontrado pelas empresas ainda tem sido a aceitação dos colaboradores que não estão habituados com o uso de jogos. Para eles, ao envolver personagens, situações divertidas e os conceitos de game, os treinamentos podem perder a credibilidade.

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