Maria de Lourdes da Silva
É imprescionante o poder da mídia, sobre as pessoas. Todos nós já tivemos a oportunidade de vermos, ouvirmos e/ou lermos várias matérias sobre o profissional de telemarketing. Infelizmente todas elas falando deste profissional, sempre abordando o lado negativo, do profissional e das empresas de contact center, sejam elas prestadoras de serviços ou com call center próprio.
As falas mais comuns são:
– Do profissional: invasivos, robotizados, utilizam o telemarketing como um “bico”, não sabem falar, excesso de gerundismo etc.
– Das empresas: exploram esta mão-de-obra, os profissionais que atuam nesta área estão doentes, estressados, com depressão, não investem em qualidade de vida etc.
O que mais me impressiona é que a mídia, assim como a maior parte de nós brasileiros está acostumada a pontuar apenas o lado negativo das questões, mostrar e valorizar as desgraças e as coisas ruins, mas o outro lado da moeda, o qual deveria ser mostrado e valorizado muitas vezes é deixado de lado ou omitido. Por que será? Uma questão cultural? Valorizar o lado ruim das coisas da mais ibope? Fica ai uma questão a ser pensada e reavaliada.
A partir deste cenário podemos compreender porque muitas pessoas vêem este trabalho e este profissional de forma equivocada, e não valorizam o maravilhoso trabalho realizado pelos profissionais e empresas deste segmento de mercado. É claro que os problemas existem, mas também existe um cenário muito melhor que ainda não foi divulgado.
O segmento de contact center é o único, ou melhor, para não ser injusta, é um do mercados que mais tem ofertado oportunidades de trabalho, nos últimos anos. Está em franca ascenção e é o que mais oferece oportunidades de trabalho para o jovem que está em busca do seu primeiro emprego.
Apesar dos milhares de desempregados existentes em nosso país, quando as empresas vão buscar estes profissionais no mercado, elas se deparam com a triste realidade brasileira, muitos desempregados e poucos são os que estão preparados e qualificados, para atender as exigências e demandas atuais. Sendo assim as empresas buscam aqueles que estão mais próximos do perfil desejado e desenvolvem as demais competências internamente, ou por outro lado abrem oportunidades para o primeiro emprego e formam estes profissionais.
A área de treinamento e desenvolvimento, é muito atuante pois desenvolvem e aplicam programas específicos, para desenvolver as competências básicas e capacitá-los. Com isso todos ganham: profissionais, empresas, clientes e o mercado.
Agora vamos voltar o nosso olhar para o profissional de Telemarketing, tão crucificado e abordado de forma tão “pejorativa”.
Este é um profissional que possui sim as falhas já apontadas pela mídia, e que está melhorando a cada dia. Mas ao falar destes profissionais temos que realmente enaltecer as qualidades pessoais de cada um deles, pois este é um trabalho que não é para qualquer pessoa, eles são Pessoas Especiais.
O profissional de Telemarketing, em primeiro lugar precisa gostar de gente e de relacionamento, porque independente do tipo de atendimento realizado: ativo, receptivo ou híbrido, este profissional sempre estará estabelecendo algum tipo de relacionamento com o cliente.
O profissional de telemarketing ao desenvolver suas atividades, tem a oportunidade de exercitar várias competências, que o prepararão para atuar e crescer neste segmento de mercado ou em qualquer outro que ele escolher futuramente. Quais competências? comunicação, relacionamento interpessoal, negociação, flexibilidade, equilibrio emocional, argumentação, trabalho em equipe entre outras.
É importante frizar que os profissionais de telemarketing que se identificam com esta atividade, acabam construindo sua carreira profissional e muitos deles que inciaram como operadores de telemarketing, hoje já ocupam cargos de liderança ou gerência.
Meu obejtivo com este artigo é despertar nestes profissionais da mídia, uma reflexão sobre o poder que eles têm sobre a informação e formação de opinião e uma reavaliação da forma como a mesma tem sido disseminada.
É necessário que haja, no mínimo, uma coerência condinzente com a realidade. Por outro lado mostrar ao leitor que existe o outro cenário, que ainda não é difundido, que é o lado bom desta atividade e que aqueles que criaram uma aversão a estes profissionais e a esta profissão, possam refletir e repensar o seu posicionamento e que a partir deste repensar sejam capazes de criar um novo olhar para os profisionais de telemarketing.
Aos profissionais de telemarketing, que eles possam falar da profissão que exercem com orgulho e que continuem se desenvolvendo cada dia mais, pois um novo desafio já está chegando, para àqueles que estiverem preparados, que é o atendimento a operações off-shore.
Maria de Lourdes da Silva é analista de treinamento senior em empresa de contact center.