Autor: Cíntia Bortotto
Afinal de contas, quanto vale uma indicação para uma vaga? Muita gente me pergunta qual a relevância disso para o mercado, então segue uma breve análise.
Algumas empresas não permitem preferências ou indicações nos processos seletivos. Já outras, acreditam que a indicação diminui a incidência de problemas com a futura contratação, pois o candidato assume um compromisso com a empresa e também com a pessoa que o indicou.
É recomendado permitir a indicação, mas deve-se fazer com que o indicado passe por todas as avaliações que o processo seletivo prevê, assim o selecionador tem a garantia de que a pessoa só será contratada se preencher os requisitos mínimos para a função.
Nas empresas em que o RH é mais profissionalizado, não basta a indicação para a contratação. Nas que não têm um RH tão estruturado e profissionalizado por vezes acontece de simplesmente contratar. O risco é alto quando isso acontece, pois pode ser que o indicado seja excelente para a função e então não temos problemas, mas pode ser que a pessoa não reúna todos os requisitos e competências que precisaria. Daí, poderemos ter a equipe interna desmotivada com a contratação de alguém que não é compatível com a posição e, mais que isso, podemos ter como resultado uma pessoa que não produz o que deveria para a empresa.
O fato é que as pessoas têm vontade de ajudar outras que conhecem. Algumas têm discernimento de que a ajuda precisa também ser válida para a empresa; outras querem que sua indicação entre a qualquer custo. No primeiro caso, se a indicação é boa para a empresa não há porque o mercado ver de forma ruim, mas se a indicação não é boa, a credibilidade fica arranhada e as pessoas passam a se perguntar se querem fazer parte de uma empresa que pode, a qualquer momento, colocar alguém menos competente para gerenciar uma equipe por conta de ser uma indicação.
Do ponto de vista do empregado, a indicação faz com que se crie um clima mais familiar na organização. A pessoa se sente capaz de recomendar a empresa se estiver feliz nela e, mais que isso, cria-se a sensação de construção conjunta.
Neste contexto, o networking é fundamental. Fazer com que as pessoas saibam que você está procurando um emprego ou novas oportunidades, que você aceita ajuda e indicação, é fundamental para quem quer se recolocar. Em empresas que aceitam indicação, muitas das vagas são fechadas com pessoas indicadas. E, mesmo em empresas que não aceitam, muitas vagas são fechadas pois alguém da empresa soube e avisou sua rede de contatos da vaga.
Assim, utilize sabiamente as redes sociais, falando particularmente com pessoas que podem lhe conduzir a uma recolocação em uma empresa que lhe interessa. Deixe as pessoas saberem que você está de olho no mercado, avise familiares, amigos… sempre tem alguém que conhece alguém que sabe de uma vaga ou até mesmo pode lhe indicar para ela. Utilize o networking ao seu favor, você se dará bem. Siga confiante e boa sorte!
Cíntia Bortotto é psicóloga e consultora em recursos humanos.