Em vigor no Estado de São Paulo desde maio de 2009, o cadastro para bloqueio de ligações de telemarketing pode se tornar nacional. O Projeto de Lei 4.508/12 tramita em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados, fazendo os holofotes voltarem mais uma vez para o setor. Na opinião de José Teófilo Neto, diretor da Comunicação Direta – Consultoria e Educação Corporativa, esse tipo de lei é a resposta para os abusos que foram e ainda são cometidos por parte de quem liga. “A lei foi mais uma punição do que uma proteção do cidadão. Serve para chamar a atenção dos players de que todos estão cansados com tanto amadorismo e improvisação”, opina o executivo ao se referir a lei existente em São Paulo.
No entanto, ele comenta que na prática, ainda vê a lei sendo burlada, inclusive com muitas ligações em horários impróprios. “Não sou advogado, porém sempre ouvi que seja qual for a lei, o que vale é sua regulamentação, que pode distorcer totalmente o espírito em que foi criada”, pondera.
Em relação aos motivos para tantas críticas ao telemarketing, o consultor aponta três falhas. Uma delas é que os tomadores de serviços, que são os que fornecem as listas, deveriam selecionar com mais rigor as listas que adquirem. Ele também adverte que as prestadoras deveriam treinar melhor os funcionários, “pois são chatos, monocórdios, disparam os scripts feito metralhadoras”. “Mas pior mesmo são os discadores preditivos, que acarretam ´no show´ quando o cliente atende. Para a maioria pode parecer falha da concessionária de telecom, mas não é”, completa.