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As vantagens de ser um livro aberto

Autor: Eduardo Ferraz
Você se conhece, realmente?  É uma pessoa extrovertida ou tímida?  Rígida ou flexível? Mandona ou obediente? Organizada ou desorganizada? Já se perguntou como as pessoas a sua volta o veem, de verdade? É muito comum distorcermos nossas percepções para sentirmo-nos competentes em áreas que na verdade não somos. O problema é que esta falta de autoconhecimento normalmente causará frustração e tristeza, por nos induzir a trabalhar onde não temos aptidão. Uma boa maneira de diminuir essas distorções é usar a Janela de Johari. Trata-se de uma ferramenta criada por dois psicólogos americanos e que ajuda a conceituar o processo de percepção de um indivíduo em relação a si mesmo e aos outros.
As quatro janelas são:
1. Arena  – Aí se encontram os comportamentos conhecidos pela própria pessoa e por aqueles com quem ela convive;
2. Fachada – Representa as áreas da personalidade que o indivíduo conhece sobre si próprio, mas que não são conhecidas pelas pessoas com as quais convive;
3. Mancha cega – É onde estão as informações ignoradas pela própria pessoa, mas conhecidas por quem com ela convive;
4. Desconhecido – Representa os fatores da personalidade desconhecidos pela pessoa e pelos outros a seu redor.
A janela mais relevante é a arena, pois nela estão as características de sua personalidade que são de conhecimento público. A arena aumenta de tamanho à medida que cresce a confiança entre a pessoa e seu grupo de trabalho ou entre ela e seu círculo íntimo. Quanto mais informações forem compartilhadas, maior será esta janela.
Qualquer profissional deveria aumentar sua arena no ambiente de trabalho, pois seus talentos ficarão mais evidentes e poderão ser mais bem utilizados tanto pelo indivíduo como pela empresa. Os pontos negativos também ficarão expostos, dando oportunidades de ajustes e melhorias. Quando esta janela é ampliada, dificilmente pessoa é subaproveitada ou superestimada profissionalmente.
Uma amiga, certa vez, passou em um concurso extremamente concorrido para trabalhar em uma empresa pública. Com isso, obteve bom salário, estabilidade no emprego, aposentadoria integral, muitos treinamentos, previdência complementar etc. Seria o emprego perfeito? Não para todo mundo. Após alguns meses ela se sentia insatisfeita e concluiu que o trabalho exigia menos desafios do que esperava encontrar. A partir dessa reflexão, ela começou um processo de autoanálise para decidir qual seria a profissão ideal para alguém como ela. Fez sessões de coaching, pediu a opinião de quem a conhecia bem, estudou os prós e contras e decidiu demitir-se para abrir um pequeno negócio.
A convicção dela e de quase todos que a conheciam, estava baseada em sua arena e na ideia de que a chance de sucesso como empresária seria muito grande. Passados alguns anos ela está realizada profissionalmente, trabalhando por conta própria. O autoconhecimento a ajudou a tomar essa difícil decisão, mas também foi determinante o fato de que as qualidades que possuía eram reconhecidas por muitas pessoas que a ajudaram a tomar uma decisão tão importante.
O grande objetivo de usar a Janela de Johari é reforçar seu autoconhecimento para saber quais são os seus verdadeiros talentos e usá-los a seu favor. Portanto, aumente a sua arena, posicione-se de uma maneira mais transparente e saiba interpretar, de maneira construtiva, a opinião dos outros ao seu respeito. Só assim você saberá analisar se a empresa em que você trabalha ou gostaria de trabalhar é adequada para alguém com seu estilo.
Eduardo Ferraz é consultor em gestão de pessoas há 25 anos e especialista em treinamentos usando como base a neurociência comportamental.

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