Cadê os talentos?

A maioria (61%) dos executivos de Recursos Humanos do Brasil enfrentam dificuldades para contratar mão de obra qualificada, segundo a 10º edição da Pesquisa anual sobre Escassez de Talentos do ManpowerGroup. O índice está acima do número global, de 38%, e do computado para as Américas, de 42%.  O Brasil, ao lado da Romênia, é o quarto país em uma lista de 42 nações com dificuldades para admitir novos talentos em 2015. O Japão lidera o ranking 2015 (83%), seguido do Peru (68%) e Hong Kong (65%). O estudo ouviu 41.700 empregadores.
Globalmente, o índice de 38% é o pior resultado desde 2008, quando houve a recessão econômica. Regionalmente, nas Américas, embora o indicador de 42% represente uma queda de 6 pontos percentuais em relação a 2014, a proporção que diz enfrentar uma escassez de talentos é a segunda mais alta para a região desde 2007. No caso específico do Brasil, o país subiu uma posição em relação ao ranking de 2014 apesar de o índice ter sofrido queda de dois pontos percentuais, saindo de 63% para 61%. “Isso se explica também pelo fato de Índia e Argentina, que em 2014 disputavam o terceiro e quarto lugares no ranking, com 63% de dificuldades para contratação cada uma, terem caído consideravelmente na avaliação atual, puxando o Brasil para cima”, diz Riccardo Barberis, CEO do ManpowerGroup Brasil.
No Brasil, a percepção de que a falta de talentos tem alto impacto na capacidade de as empresas atenderem às necessidades dos seus clientes é de 32%, índice alto quando comparado com a percentagem global, de 20%. Porém, globalmente poucas empresas estão de fato colocando em prática estratégias para contornar o problema. Segundo o estudo do ManpowerGroup apenas um em cada cinco empregadores, no mundo, está repensando suas práticas de RH para dar mais treinamento e desenvolvimento para os atuais colaboradores. Nas Américas, o estudo mostra que mais de quatro em cada dez líderes (42%) adiam práticas de RH para abordar as dificuldades que encontram para buscar candidatos com as habilidades que precisam.
As principais consequências da escassez de talentos sobre os negócios são a redução na capacidade de atender os clientes apropriadamente e uma queda de produtividade e competividade, ambas mencionadas por 42% dos executivos. Quando perguntados sobre as razões pelas quais têm encontrado barreiras para a contratação, os líderes listam principalmente a falta de candidatos disponíveis (35%). Somente nas Américas, essa categoria subiu 10 pontos percentuais em relação ao ano passado. “O dado endossa a corrida pela busca dos melhores profissionais. Na escassez de gente qualificada, quem consegue encontrar e moldar novos talentos deve trabalhar para retê-los em casa. Por isso repensar as estratégias de RH é tão importante”, diz Barberis.

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