A migração das empresas de contact center os arredores dos grandes centros e, posteriormente para as cidades menores já é uma realidade. Os principais fatores que influenciam na ida para o interior são, de acordo com o diretor de operações da Algar Tecnologia, Luiz Fernando Scheliga, infraestrutura, mão-de-obra e incentivos fiscais. Outra vantagem é a contribuição local, que está ligada ao desenvolvimento da comunidade, geração de emprego, formação de talentos para o mercado e geração de riquezas para a cidade.
Contudo, a definição do plano de expansão deve ser pesada em uma balança. “As decisões de crescimento para outras localidades devem ser pautadas por inúmeros fatores, que hora nos direcionam a grandes centros, motivadas pela proximidade com clientes e disponibilidade de mão de obra, hora nos direcionam a localidades menores, onde há maior contribuição social, melhores indicadores de performance e melhor relação salário/custo de vida”, pontua Scheliga. “Utilizamos estudos sóciodemográficos com o objetivo de escolher localidades que possam manter o padrão de qualidade das entregas realizadas atualmente nos sites já em operação e oferecer melhores condições de captação e retenção de talentos”, ressalta.
No ano passado, a partir de investimentos na ordem de R$ 1 milhão, a Algar Tecnologia inaugurou um site na cidade de Ituiutaba, em Minas Gerais. O local foi escolhido porque oferece qualidade em infraestrutura e mão-de-obra, já que conta com três instituições de ensino superior. “A atuação em Ituiutaba propiciou que a empresa operasse com taxas de turn over e absenteísmo consideravelmente menores do que as operadas em grandes centros”, analisa Scheliga. Atualmente a empresa também mantém presença em Uberlândia (MG), Campinas (SP) – cidades que, juntas, somam mais de 10 mil profissionais – e na capital do Rio de Janeiro.
O fato é que todas as regiões têm seus pontos positivos e negativos. “O que fazemos é criar mecanismos para superar quaisquer desafios que possam existir, como formação para a comunidade, preparação dos talentos internos, planos de ação para suportar possíveis greves do transporte coletivo e prédios com infraestrutura e tecnologia moderna para manter a disponibilidade do negócio”, conclui o diretor.