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Como engajar a geração Y?

Autora: Marcela Claro
O choque geracional está instalado nas empresas. É cada vez mais comum encontrar líderes da geração X perguntando como fazer para liderar, engajar, desafiar, enfim, conviver com os profissionais da geração Y.
A maioria dos profissionais nascidos antes da década de 80 conheceu um mundo absolutamente diferente do atual. O ritmo de vida, as formas de relacionamento entre as pessoas, a quantidade de informações, procedimentos de trabalho, desejos e aspirações, entre muitas outras coisas eram absolutamente diferentes.
Já para a geração Y o mundo gira rápido. O conhecimento teórico recebido nas escolas e universidades já não dão conta da realidade com a qual eles se relacionam no cotidiano. Crenças e valores são outros, assim como seus desejos e aspirações. O imediatismo faz parte do seu modus operandi, afinal, basta pegar seu celular e, em poucos segundos, conseguem informações do que acontece no mundo todo. Isso os faz mais autossuficientes e autoconfiantes. Eles querem obter resultados rápidos e sem muito esforço, pois pertencem a era do conhecimento e da tecnologia, não da pesquisa, do ‘correr atrás’.
O fato é que os “Ys” são muito diferentes de seus pais, e colocam em xeque muitos líderes despreparados para compreender suas características e necessidades. Além disso, estão pouco dispostos a flexibilizar seus pontos de vista ou mudar suas crenças e atitudes.
Por isso, é preciso se preparar e ter flexibilidade. Através de muito estudo e convívio com esses profissionais, desenvolvi quatro chaves que, além de ajudar os líderes a gerir sua equipe de “Ys” de forma eficiente, ainda os possibilita conquistar resultados extraordinários. São elas:
I. CONSTRUA UMA RELAÇÃO DE PROXIMIDADE
É preciso lidar com naturalidade, de igual para igual. Aproxime-se e conecte-se de um jeito muito especial. Busque compreender seu modelo e sua visão de mundo. Ouça na essência, olhe nos olhos, coloque-se no lugar dele, viva seu mundo, compartilhe suas inquietações e, sobretudo, deixe-o sentir-se seguro para poder extrair seu melhor. Aguce sua criatividade, parabenize constantemente seus logros e utilize um vocabulário próximo. Busque identificação de gestos e posturas para que ele possa reconhecê-lo como igual e confiar em você.
II. SEJA UM LÍDER AGREGADOR
Ofereça desafios e autonomia (lembre-se que eles gostam de se sentirem poderosos) e ofereça também suporte e orientação. Mais do que ditar regras unilateralmente, faça acordos e pactos onde sejam respeitados limites de ambas as partes. Busque sempre a participação nas decisões, por menor que seja.  Fixe, sempre que possível em conjunto, prazos para entrega dos trabalhos. Mostre perspectivas de futuro próximo e festeje cada conquista por menor que seja. Feedbacks constantes são essenciais para evitar sair do trilho e motivar para a melhoria contínua e alcance de resultados.
III. MOSTRE QUE HÁ MUITO QUE APRENDER
Mas claro, de forma descontraída e de preferência divertida. Entretanto, não confunda divertido apenas com o sinônimo de risos e gargalhadas. Divertido também pode ser o desafio da pesquisa, a resolução de problemas, a descoberta de enigmas ou a resposta aos questionamentos. Utilize a criatividade para criar experiências diferenciadas e surpreendentes. Tenha sempre um roteiro claro do que você espera que ele aprenda e de como esse conhecimento pode ser aplicado à realidade.
IV. CRIE E SUPERE AS EXPECTATIVAS JUNTOS
Lembre sempre que esse grupo de profissionais é fruto da mudança. Portanto, promova mudanças e movimentos constantes, inspiradores e motivadores. Por menor que seja, esses profissionais precisam sentir o movimento das coisas. Imprima ritmo nas atividades, desperte o interesse a partir da participação nas decisões. Faça com que se sinta pertencente ao grupo o tempo todo.  Crie expectativas de sucesso verdadeiro e deixe-o saber que ele faz parte desse sucesso. Peça ajuda, eles adoram sentir que podem contribuir para resolver um problema. Crie um ambiente de alegria, descontração e entusiasmo. Valorize, valorize e valorize!
A batalha pode até ser vencida com essas chaves, mas não a guerra. Siga esses passos, mas ciente de que, mesmo depois de tudo isso, o profissional da geração Y vai querer mais. Vai querer buscar outros mares para navegar, outras terras para explorar e outras estrelas para brilhar. Então, compreenda que eles são assim, e que você, como líder, terá um período de tempo de dois ou três anos fazendo o melhor para reter esse profissional. Depois disso, se você fez um excelente trabalho, terá um contingente de outros excelentes profissionais Ys querendo passar uma temporada com você e contribuir com seus projetos. Caso contrário, será o concorrente que irá atrair e ficar com a melhor equipe de profissionais Ys, o que certamente será uma catástrofe para você e sua empresa.
Aceite, o mundo mudou, as pessoas mudaram! E você?
Marcela Claro é master coach sênior, atua com palestras e consultoria nas  áreas de gestão de pessoas, gestão de desempenho e gestão por competências.

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