Autor: Roberto Ricossa
“Estar na nuvem”, “migrar para a nuvem”, “adotar o modelo de software como serviço (SaaS).” Expressões como estas não são mais desconhecidas para a maioria dos líderes de negócios da América Latina, que já atuam com o cloud computing – de acordo com um estudo realizado pela Tata Consultancy Services, TCS, 39% das grandes empresas na América Latina utilizam o software hospedado na nuvem, uma taxa que supera amplamente os percentuais da Ásia-Pacífico (28%), Estados Unidos (19%) e Europa (12%).
As futuras perspectivas também são animadoras: de acordo com a consultora KPMG, em 2014, a “nuvem” está sendo considerada uma prioridade para 55% das empresas da região. Uma das razões é que os benefícios desta tecnologia não só implicam uma redução de custos, mas em uma nova abordagem na hora de pensar e executar os negócios.
Neste contexto, é evidente que as empresas têm superado as antigas preocupações sobre a terceirização de determinados serviços e a segurança de seus dados. Mais do que isso, muitos executivos deixaram de se perguntar se era conveniente fazer uso do “cloud computing” e procuraram identificar qual a tecnologia – nuvens públicas, privadas ou híbridas – é mais aderente à sua estratégia de negócios.
Já o estudo “Os benefícios estratégicos e econômicos do cloud computing”, realizado pela consultora Computer Economics, mostra que as empresas que fazem uso intensivo do cloud computing alcançam uma economia média de 15% em suas operações de TI, seja no percentual da receita ou por usuário. A análise indica que esta economia não é apenas resultado de uma redução nos gastos com os data centers, manutenção de hardware e taxas de licenciamento, mas também nos custos com pessoal.
Contudo, é importante notar que, além da redução de gastos, migrar para a nuvem significa optar por um modelo de negócio flexível. No setor de contact centers, por exemplo, a versatilidade é essencial: lidar com situações de emergência que podem causar um aumento inesperado no fluxo de comunicações entre os clientes e a empresa, como o lançamento de um novo produto. A performance de tais serviços tipo “pay-per-use”, por exemplo, permitem ampliar a capacidade de atendiomento para centenas de agentes adicionais durante um tempo determinado, com o objetivo de garantir respostas rápidas e eficientes.
Além dos benefícios específicos que a nuvem pode proporcionar, é essencial que a sua adoção implique em uma mudança de foco. O modelo baseado em bens de capital (Capex) dá lugar a um novo modelo focado nas despesas operacionais (Opex).
Esta migração de um modelo para outro resulta na completa reestruturação do modelo de compra tradicional: desaparecem os custos fixos relacionados à manutenção de equipamentos, data centers e consumo de energia. Por outro lado, o novo modelo permite o desenvolvimento de estratégias de outsourcing com foco em aplicativos, cuja atualização e melhoria já não exigem custos adicionais para a empresa e nem dependem de treinamento de pessoas.
Todas essas vantagens nos conduzem a um outro grande benefício: a redução no tempo de implementação de novos projetos. Na economia competitiva atual, que envolve mudanças bruscas de cenário, as empresas precisam que seus investimentos em TI sejam flexíveis o suficiente para se ajustarem aos novos projetos ou às redefinições de estratégias anteriores. Assim, tanto as empresas em rápido crescimento quanto as grandes empresas que se aventuram em mercados de risco podem encontrar no cloud computing as soluções para enfrentar sua expansão com a versatilidade, rapidez e eficiência.
Roberto Ricossa é vice-presidente de marketing da Avaya para as Américas.