Elas merecem

Com o quadro de colaboradores das empresas de call center tendo na sua maioria mulheres, não é surpresa nenhuma o setor também ser um dos principais empregadores de mães. Por isso, muitas empresas investem em ações especificas para esse público. A CSU é um exemplo com o programa Gestação Saudável, que busca promover o bem-estar das gestantes, informando às futuras mães os cuidados a serem tomados, desde o pré-natal e nascimento do bebê, até a adaptação nos primeiros dias de vida e amamentação de forma saudável. “Este programa proporciona satisfação das colaboradoras no ambiente de trabalho, aumento na retenção de talentos, além de contribuir para melhoria na performance das colaboradoras gestantes”, conta Renata Oliva Battiferro, diretora de relações com investidores e marketing institucional da CSU e mãe de dois filhos.
Além disso, a empresa irá promover duas ações para comemorar o Dia das Mães. A primeira será a realização de um Bazar para proporcionar aos colaboradores a facilidade na compra dos presentes das mães. “Teremos dentro da CSU fornecedores com preços atrativos, ajudando o colaborador a não precisar se deslocar após o trabalho para a compra de presentes, otimizando seu tempo e rotina.” A segunda será um almoço temático em homenagem às mães, com um cardápio especial mexicano, proporcionando um dia diferente e descontraído.
Todas essas ações tem um motivo: reconhecer essas mulheres, que lidam diariamente com o desafio de serem mães e terem um trabalho. Como no caso de Maria Cecilia Aparecida de Paula, mãe de Isabela (14 anos) e Samuel (4). “É uma jornada dupla e não é fácil. Para mim todo dia é um desafio.” Tanto que, depois de onze anos dando aula como professora, ela decidiu trocar de profissão. “Optei pelo call center para conseguir ficar mais tempo com os meus filhos. O meu pequeno estava exigindo muito minha presença”, explica a atendente da CSU, revelando também que a incentivadora maior para mudar de profissão foi sua mãe. “Ela sempre me falou para participar mais da vida dos meus filhos. Em sala de aula, sempre dei muito amor e atenção para os filhos dos outros, mas os meus estavam sentindo a minha falta”, conta, emocionada.
Nesse sentido, Renata explica que, devido a carga horária, somente meio período de trabalho, as colaboradoras que optam por trabalhar em um contact center conseguem ter mais tempo para ficar e se dedicar aos filhos. Além disso, no caso da CSU, a empresa fornece todo apoio necessário, “pois sabemos das dificuldades de conciliar vida pessoal e profissional principalmente quando se tem filhos”. Tanto que, o filho de Maria Cecilia ficou doente no começo do ano e ela conseguiu o apoio da equipe para colocar as horas em dia. “Todos se preocuparam com o meu bem-estar e com o meu filho. O modo que fui recepcionada não tem preço. A força que a minha coordenadora me deu, não tem preço.”
Com isso, ela não se arrepende nem um pouco da mudança de profissão. A cada dia que recebe uma nota boa de qualidade dentro da empresa, cada atendimento que é elogiada, ela se enche de orgulho. “Nunca achei que conseguiria mudar de área depois tanto tempo. Aqui, eu sou um pouco mãezona de todos. Tento ser um pouco participativa e dar apoio para cada um. Cada abraço, cada beijo que recebo faz com que eu ´ganhe o meu dia´”, afirma. Nesse sentido, a diretora de relações com investidores e marketing institucional destaca que, mesmo sabendo da grande responsabilidade que a vida exige, com uma dupla jornada, tendo que ser mãe e funcionária, ver o empenho e dedicação de todas as colaboradoras com as atividades é algo honroso. “Não é fácil, é preciso ter garra, determinação, força, mas também muito amor. Para nós, é muito gratificante presenciar isso na companhia.”

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Elas merecem!!!

Se em alguns setores, as mulheres estão conquistando aos poucos seu espaço, na área de contact center não dá para dizer o mesmo. Hoje, elas representam cerca de 70% dos colaboradores do setor. E, em algumas operações, esse número chega a subir, como no caso do site de Guarulhos da Almaviva, em que elas representam 90%. O motivo? São vários. Muito se deve, segundo Antonio Claudio Tozzo, superintendente de RH da Almaviva, pela boa desenvoltura nas atividades que envolvem o setor. “O mercado de contact center exige habilidade na comunicação, interação com diversos públicos e comprometimento para solucionar os problemas de forma eficaz. O público feminino tem boa desenvoltura em todas essas atividades”, comenta.
A gerente de operações do site Consolação da Almaviva, Ketty Karina Batista, acrescenta ainda o fato da mulher trabalhar focada no desenvolvimento da equipe como um todo, pensando em ações diversas para um objetivo coletivo e comum. “Ela busca a síntese de resultados e, principalmente no call center, onde a matéria prima são as pessoas, isso é essencial. Hoje, o mercado exige tais habilidades femininas”, pontua.
Da mesma opinião, Paulo César Corrêa, superintendente de RH da CSU CardSystem, acredita que a eficiência demonstrada pelas mulheres ao longo dos anos, aliada à características próprias, contribuíram para a evolução delas no setor. “A vantagem para a empresa é poder contar com uma equipe diversificada, com múltiplos talentos e habilidades”, acrescenta. Do outro lado, ele revela que a flexibilidade de horários e a jornada de trabalho de seis horas costumam ser atrativos importantes, principalmente para as mulheres que precisam conciliar a vida profissional e familiar. “Na CSU, priorizamos essa combinação e com isso atraímos e retemos os talentos femininos.”
CONQUISTAS
Esse cenário é próprio da mudança pela qual o mercado de trabalho como um todo vem passando, com as mulheres ganhando cada vez mais espaço. Para Tozzo, elas mudaram o comportamento em relação à vida profissional e as transformações na sociedade também contribuíram para o crescimento no número de contratações. “Diferentemente do cenário profissional de antigamente, hoje não faltam oportunidades para as mulheres. Dificilmente encontra-se uma profissão não compatível”, comenta Bruna Mendonça, analista de back office da CSU Contact. Como exemplo, ela cita a própria mãe, que já trabalhou como motorista de ônibus e hoje atua com transporte escolar. “Isso ilustra que nas profissões antes restritas aos homens, hoje as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço”, completa. Para Bruna, as mulheres ganham destaque porque são mais cuidadosas, zelosas, têm uma boa percepção de tudo que acontece ao redor, além da sensibilidade para tomar decisões adequadas.
A gerente nacional de desenvolvimento humano da Call Contact Center, Kelly Cortes, vê a atuação feminina em crescimento contínuo e a cada dia tendo maior aceitação e credibilidade. “A cada passo dado buscamos a igualdade de oportunidades empresariais”, comemora. Ela conta que, quando iniciou a carreira como executiva, enfrentou preconceitos por ser nova e, principalmente, por ser mulher. “Sentia resistência de líderes e liderados quanto à minha atuação profissional. O julgamento era comum no início, imaginem, há onze anos ter uma mulher de 23 anos e na área comercial.” No entanto, Kelly explica que, com inteligência competitiva, seriedade e formação profissional, as mulheres atingiram um status crescente de concorrência no mundo empresarial. “Hoje raramente tenho algum impasse dessa ordem. Tenho função de liderança, participo de negociações de toda ordem e a aceitação é significativa”, completa a gerente.
Para a analista de desenvolvimento humano pleno da Call Contact Center, Simone Bunn, toda essa evolução teve início com as conquistas do feminismo. “A nova mulher independente e segura surgiu a partir dos anos 60 nas lutas travadas para permitir que elas deixassem à função de dona de casa e passassem a trabalhar, ganhar salário e ter vida além do cotidiano doméstico.” Surgiu, então, segundo a executiva, a Mulher Alfa, que é uma combinação entre a feminista dos anos 60, que para conquistar espaço e independência assumiu uma postura dura, agressiva e por vezes masculina e a “mulherzinha” dos anos 90, que queria arrumar um marido bacana, manter o corpo em forma, ir ao salão uma vez por semana, comprar bolsas e sapatos sem ser apontada como perua. “Essa nova mulher é feminista feminina, competente na vida acadêmica e profissional, dona de uma segurança, uma auto-eficiência e nasceu para ser líder”, pontua.
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