“A falta de líderes é tão grave quanto à carência de mão de obra especializada”, adverte Fausto Donini Álvares, sócio-diretor da Kienbaum, maior empresa da Europa na área de consultoria e seleção de altos executivos. Controladores e gestores precisam saber quem será o próximo a liderar a empresa, a diretoria e a sentar à mesa de quem decide.
Como a vida útil dos executivos dentro das empresas não para de diminuir, cada vez mais as empresas buscam seus próximos líderes no mercado. A maior velocidade de reposição dificulta a formação interna e uma contratação errada custa, em média, para o empregador, cerca de vinte vezes o salário base para o cargo do contratado. É um valor nada desprezível, o que requer um grande profissionalismo, sensibilidade e processos extremamente bem estabelecidos durante a fase de contratação.
Se alguém sempre vai ocupar determinada posição, é imprescindível ter um processo bem definido de gestão da sucessão. A maioria das empresas no Brasil (perto de 80%) não tem esse método estruturado.
Alvarez destaca que empresas, conselhos e CEO’s ainda hoje conduzem a sucessão com base em valores como a lealdade e não em quem é o melhor candidato. Isto significa eliminar boas surpresas na conquista de ótimos profissionais, líderes despreparados e, conseqüentemente, equipes fracas. Daí a importância de as organizações estruturarem um processo contínuo de educação e formação de sucessores e novos líderes; a fim de minimizarem o impacto da falta de novos líderes nos próximos anos. Um bom começo é atrelar ao processo de sucessão um eficiente e amplo programa de educação e capacitação de novos líderes. “O processo exige disciplina. Não é algo que se faça de última hora. Cinco anos é um bom tempo para formarmos bons sucessores, e temos sempre que expor o maior número possível de candidatos”, relata.