O mercado quer profissionais completos em todos os sentidos, ou seja, cursos de formação, especialização e línguas já não bastam. O que as empresas buscam são executivos globalizados – e por “globalizados” não querem dizer viajados e com cursos no exterior. Um executivo globalizado de verdade tem bagagem cultural conquistada ao longo da vida.
Qualificação profissional sozinha não sustenta executivos de carreira internacional. Para terem sucesso no Brasil, em multinacionais, ou no exterior, os profissionais devem ser qualificados culturalmente em relação ao comportamento. “Acostumados a transitar entre diversas culturas, precisam estar atentos não somente ao que diz respeito a sua área de atuação, outros idiomas, mas também nos pequenos gestos de comportamento de cada lugar, conhecer algumas regras básicas de cada país, como política, culinária, cultura local. Conhecimento que pode facilitar o relacionamento com outros executivos”, explica Gutemberg de Macedo, diretor do Instituto Gutemberg.
Os executivos brasileiros ainda são provincianos em determinadas questões, não conhecem os preceitos básicos de alguns países que visitam, muitas vezes debochando da cultura local sem nem ao menos tê-la vivenciado. “Alguns executivos viajam a trabalho sem conhecimento da história local, informações básicas que estão nos noticiários diariamente”, diz Gutemberg. “Não sabem se o país já passou por uma crise econômica”, afirma.
É comum o individuo interagir com pessoas de diversas partes do mundo, por meio da tecnologia. Então não precisa ser complicado conhecer, por exemplo, os pilares da empresa em que atua, como a corporação funciona em outros países, quais as políticas implantadas.
Para Gutremberg, a diversidade cultural global não é um slogan, mas sim uma realidade diária do ambiente de trabalho. Ela afeta a maneira como se interage com as pessoas ao redor.
Como se manter globalizado:
* Pensar de maneira global. Saber o que acontece além das fronteiras do país e avaliar as ameaças e as oportunidades em potencial. Uma significativa parcela de profissionais está desinformada a respeito dos países com os quais desenvolve negócios. Eles não conhecem a sua história, suas leis, costumes, sistema político, etc.
* É essencial ser curioso, adaptável e aprender a viver com a incerteza e a ambigüidade. Compreender que a economia é, ao mesmo tempo, nacional e global; aceitar que as pessoas são as mesmas, mas diferentes; respeitar outras culturas, mantendo-se, ao mesmo tempo, fiel aos valores; buscar o alinhamento da equipe de trabalho, mas tolerar diferentes opiniões; ser assertivo como individuo e promover o trabalho em equipe; usar comunicações virtuais simultaneamente ao aprofundamento de relacionamentos reais; reconhecer que o aprendizado de novos idiomas, apesar de difícil, gera o conforto do conhecimento multicultural.
* Aprenda a olhar o mundo com olhos diferentes. Pense não só a respeito das suas visões sobre diferentes etnias, culturas, gastronomia, filosofia, música, literatura, arte, arquitetura e religião. Agindo assim será considerado um verdadeiro cidadão do mundo – um executivo genuinamente global.