Autor: Carla Virmond Mello
A economia é cíclica e impactada por diversos fatores assim como os empregos que sofrem por questões conjunturais, estruturais e por toda a volatilidade do mundo dos negócios. Contudo, os empregos continuarão existindo e profissionais sendo contratados. Para se ter ideia, o número de empregos vem crescendo pelo terceiro mês consecutivo de acordo com o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A criação de empregos com carteira assinada no último mês foi o maior da história desde 2014, sendo que apenas a Região Sul foi responsável por 40% dos novos empregos criados no país (173 mil).
Os dados demonstram uma recuperação econômica, mesmo que tímida, e mudanças, como flexibilidade, desburocratização e uma ação mais liberal nas propostas de emprego têm efeitos impactantes para a geração de renda no país. Essas são as mudanças estruturais que visivelmente causam efeitos positivos para a economia, o mercado de trabalho e um novo começo. O preocupante é a morosidade das mudanças nos indivíduos, ou seja, não há uma mudança de mindset (mentalidade). Assim, os profissionais ainda buscam seguir por um caminho tradicional, no qual apenas esperam ser chamados pelo mercado, anseiam por relações longevas.
O fato é que quem tiver esse tipo de pensamento ficará obsoleto, para trás na corrida do mercado de trabalho. Logo, é preciso arregaçar as mangas e pensar em como estruturar um portfólio próprio, incluindo pontos como: o que sei fazer, o que sou capaz de fazer e o que pode ser necessário que eu faça neste momento. Além disso, sempre se deve ter um olhar atento sobre si e sobre o mercado, compondo assim uma carteira de “assets”, ou seja, de ativos para aumentar a sua trabalhabilidade.
Ao entender que vivemos mais do que nunca no mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), no qual só sobrevivem aqueles que se adaptarem a nova realidade de mercado, o profissional não só conseguirá visualizar de forma mais consciente o cenário no qual quer se recolocar como também desenvolverá novas habilidades. Afinal, os desafios mudam e se multiplicam com o tempo. Logo, os comportamentos precisam também ser calibrados.
Enfim, as oportunidades existem, mas não adianta esperar que elas caiam do céu. É preciso se especializar, estudar, ter atenção as mudanças de mercado e efetivamente fazer acontecer!
Carla Virmond Mello é executiva da Lee Hecht Harrison para o Sul do Brasil e consultora de carreira.